*Por Alessandra Feltre, nutricionista consultora

Tenho observado muitas pessoas usando suplementos sem saber para quê nem por quê. Dentre os mais usados estão os derivados do soro de leite, conhecidos como “whey protein” –em português, proteína do soro do leite. No entanto, existem algumas características e diferenças cruciais que devem ser observadas para uma escolha adequada de seu whey.

Antes, saiba um pouco mais sobre a origem desse suplemento. Por muitos anos, o soro de leite era um resíduo da indústria de laticínios, e inúmeras pesquisas foram realizadas com a tentativa de aplicar este subproduto. A partir da década de 1970, pesquisadores passaram a estudar suas propriedades. Foi encontrado um componente extremamente versátil e com grandes propriedades funcionais, fisiológicas e tecnológicas.

Desde então, a proteína do soro de leite vem ganhando espaço e se destaca como uma das melhores fontes proteicas disponíveis. Já é sabido que a atividade física associada à ingestão controlada de proteínas do soro de leite pode aumentar o rendimento, bem como a massa muscular. Propriedades antioxidantes, antiulcerogênicas, antimutagências, antiproliferativas, antibacterianas, hipocolesterolêmicas, anti-inflamatórias e várias outras propriedades benéficas já foram identificadas.

A grande dúvida é: quanto e como usar whey? Primeiramente, é importante entender as formas de whey. Os produtos obtidos a partir da ultrafiltração, diafiltração, ou outra tecnologia, podem ser classificados como concentrados proteicos (CPS) e isolados proteicos (IPS). Os CPS podem variar sua composição de proteínas de 35% a 80%, e os isolados proteicos de soro (IPS) devem apresentar valor superior a 90% de proteínas. Por exemplo, se um whey tem em torno de 50% de proteína terá em média 38% lactose, 5% de gordura e 7% de cinzas. Este whey seguramente não será a melhor escolha, pois apresenta pouca proteína e muita lactose. Isso pode aumentar o risco de produção excessiva de gases e alergia alimentar. Escolha um whey com mais de 80% de proteína. Escolhendo um produto com mais de 80% de proteína, os teores de lactose serão da ordem de 7%.

Outro critério a ser considerado é a forma de apresentação da proteína: integral ou hidrolisada. Tanto na forma hidrolisada, quanto na forma isolada/concentrada ou “blend”, são observados efeitos benéficos. O consumo delas depende do tipo de atividade física, do horário e da intensidade dos exercícios.

Por exemplo, um isolado ou um concentrado proteico podem ser ótimas opções de pré-treino; o hidrolisado, devido à velocidade de absorção, pode ser uma excelente opção de pós-treino para a hipertrofia. Já as misturas proteicas com diferente massa molecular (tamanho), como nos “blends”, são ótimas para lanches intermediários como lanche da manhã e da tarde.

Importante observar que não existem regras, mas, sim, opções que se enquadram a necessidades individuais e distribuição na alimentação.