*Por Gabriel Alvarenga, nutricionista consultor Bodytech Rio de Janeiro e Niterói
Ninguém fica forte ou hipertrofiado simplesmente porque toma ou come proteína, seja ela em forma de suplemento alimentar como whey protein, veggie protein, egg protein, beef protein, ou proveniente de um alimento in natura, como um bife ou ovos.
Você sabia que “whey”, em português, significa nada mais do que “soro do leite”? O soro é aquele líquido característico que “escorre” do queijo Minas. Esse soro passa por múltiplos processos modernos até chegar a uma proteína em pó de alta qualidade, da qual foi extraída a gordura do leite, a lactose (que é o carboidrato do leite), e onde irá restar somente a proteína pura ou quase pura, a “whey Protein”. Sua pureza depende do tipo de whey, concentrado ou isolado, como explicou muito bem a minha colega Alessandra Feltre em outro texto sobre o assunto neste blog (link aqui).
Ou seja, “tomar whey” é apenas uma maneira de se obter proteína, de modo similiar a comer um queijo ou frango, mas com as vantagens de ter isenção de gordura especialmente saturada, sódio. Ao mesmo tempo, oferece praticidade, tem rápida absorção e, para os que gostam, têm sabor doce (diga-se de passagem, algumas marcas são bem saborosas e podem tapear aquela vontade por doces).
E, assim como ninguém ficará muito forte se comer muito frango ou muitos ovos, ninguém ficará com whey. Seria ótimo! Mas não é tão fácil.
Até porque whey não é um produto com propriedades anabólicas por si só. É bem verdade que sua ingestão aumenta levemente a produção corporal natural de um hormônio anabólico chamado IGF-1, mas não em uma quantidade que gere hipertrofia. Nada nem de longe comparável ao que ocorre com o uso de esteróides anabolizantes (e whey não tem nada a ver com esteróides, diga-se de passagem). Whey é uma fonte saudável de nutrientes (em caso de alergia, recomenda-se o whey 100% hidrolisado).
Para se obter ganhos de massa muscular, além de treinar com volume e frequência condizentes com o objetivo que se deseja, é fundamental ingerir nutrientes na medida certa (carboidratos, gordura, vitaminas, minerais, água e proteínas, sendo estas últimas os nutrientes mais envolvidos com ganho de massa muscular, os “carros-chefe” deste processo).
Se faltar proteína, não se consegue ganhar massa muscular, mas exagerar na proteína de nada acrescenta a esse ganho. É como querer colocar mais gasolina no tanque já cheio de um carro.
Em resumo, você não ficará forte se ingerir muita proteina, seja ela na forma de suplemento ou alimento. Procure um nutricionista para ajudar a quantidade necessária por dia!