Passar estresse em um ambiente profissional é muito comum, diante da pressão excessiva, acúmulo de tarefas, e responsabilidades. Mas quando ocorre em excesso, pode afetar a saúde física e mental, trazendo consequências como a síndrome de Burnout.
O que é síndrome de Burnout?
A síndrome de Burnout é um estado emocional, físico e mental. Basicamente, é a exaustão causada pelo estresse excessivo e prolongado no trabalho.
De acordo com Linda Vieira, psicóloga da Vitat, grande parte dos profissionais acometidos pela síndrome são perfeccionistas. Eles se cobram muito e, muitas vezes, têm atitudes nada saudáveis para entregar o máximo possível: passam do horário de trabalho, trazem tarefas para casa, e abrem mão do descanso e lazer.
“Todo esse excesso contribui para a exaustão e a pessoa não respeita os seus próprios limites, causando esse esgotamento”, diz.
Sintomas
A síndrome de Burnout é caracterizada tanto por sintomas físicos quanto psicológicos. Dessa maneira, confira abaixo os principais sinais:
- Fadiga;
- Nervosismo;
- Dor de barriga;
- Tontura;
- Dor de cabeça;
- Dor no corpo;
- Alteração no apetite;
- Insônia;
- Dificuldades de concentração;
- Isolamento;
- Dores musculares;
- Sentimentos de culpa;
- Crises de ansiedade;
- Tristeza.
Causas
Segundo Linda Vieira, as principais – e mais frequentes – causas da síndrome de Burnout, incluem:
- Estresse constante;
- Longas jornadas de trabalho;
- Volume, quantidade e excesso de tarefas;
- Cobrança e pressão excessiva;
- Desequilíbrio entre a vida profissional e pessoal;
- Problemas com os colaboradores, competição, etc.
O que procurar primeiro, psicólogo ou psiquiatra?
Ao notar os sintomas, pode surgir a dúvida: qual médico buscar primeiro? Para Linda, na maioria das vezes, o paciente busca um clínico geral por conta dos sintomas físicos. Se estiver tudo normal com os exames, esse médico vai encaminhar para um psicólogo e até mesmo para um psiquiatra.
“Dificilmente a pessoa vai direto a um psicólogo. O ideal seria ir direto, mas não é tão fácil reconhecer que não está bem. Porque a síndrome de Burnout tem um fundo emocional e comportamental, envolve autocobrança, perfeccionismo, frustração e culpa. Tudo isso está ligado à psicoterapia e às nossas emoções”, ressalta a profissional.
Diagnóstico
O diagnóstico costuma ser feito pelo psicólogo e psiquiatra, em conjunto. “Esses são os profissionais de saúde mais indicados para identificar o problema e orientar da melhor forma o tratamento conforme cada caso”, conta Linda.
A psicóloga entrevistada lembra sobre a importância de buscar ajuda psicológica.
“Muitas pessoas não buscam ajuda médica por achar que é passageiro, por não dar a devida atenção ou por não conseguir identificar os sintomas. E acabam negligenciando a situação sem saber que algo mais sério pode estar acontecendo.”
Caso a pessoa não consiga identificar os sintomas, é importante que os amigos e familiares ajudem da forma que puderem. O paciente precisa de uma rede de apoio.
Tratamento
O tratamento para síndrome de Burnout é feito através da psicoterapia. Durante as sessões, o psicoterapeuta busca entender como se iniciou o processo de esgotamento.
Além disso, o psiquiatra pode indicar medicamentos como antidepressivos ou ansiolíticos. O tratamento normalmente surte efeito entre um e três meses, mas ele pode perdurar por mais tempo conforme cada caso.
Linda afirma que além do tratamento medicamentoso e psicoterapêutico, é importante adotar mudanças de hábitos e estilo de vida. “Se não houver essas mudanças, a pessoa vai continuar repetindo o mesmo hábito que a levou a ter o esgotamento mental e físico.”
A prática de atividade física também é fundamental para lidar com a síndrome, os exercícios contribuem para reduzir os sintomas e cuidar do corpo e da mente.
“Após o diagnóstico, é recomendado que a pessoa tire férias para poder ter esse descanso, e desenvolva atividades de lazer com pessoas próximas, como amigos e familiares”, explica a psicóloga.
Como lidar com a Síndrome de Burnout
A melhor maneira de lidar com a síndrome de Burnout é, basicamente, descansar. “Mesmo que você esteja num momento de transição de carreira ou super focado, é ideal fazer pausas para recuperar a energia e descansar o suficiente. As pessoas exigem tanto de si mesmas que até no tempo de descanso elas precisam estar fazendo alguma coisa. O cérebro delas não para”, diz Linda.
Aposte em atividades como meditação, yoga e técnicas de respiração. “Não tem como nós suportarmos tanta pressão e demanda do dia a dia, sem fazer pausas”, finaliza a especialista.