A saúde mental e a autoestima são dois aspectos interligados e fundamentais para o bem-estar de uma pessoa. A saúde mental refere-se ao estado emocional, psicológico e social de uma pessoa, enquanto a autoestima está relacionada à percepção e ao valor que uma pessoa atribui a si mesma. Então podemos dizer que tanto a autoestima quanto a saúde mental influenciam diretamente na forma como vivemos a nossa vida. Por isso, uma boa saúde mental pode contribuir para uma autoestima saudável. 

O que é a autoestima?

De acordo com a psicóloga Carla Guth, graduada em Psicologia pela UNIP, a autoestima é a visão pessoal de como cada pessoa se vê no mundo. Pode ser uma avaliação positiva ou negativa que uma pessoa faz sobre si mesma, ou seja, está relacionada com sua autoimagem, autoconfiança e autovalorização. “É a maneira como uma pessoa se percebe em termos de sua capacidade, competência, beleza, intelectualidade,  habilidades sociais  e confiança pessoal”, pontua a especialista. 

A especialista ainda diz que a autoestima está intimamente ligada à saúde mental. Ela explica que uma autoestima saudável é fundamental para o bem-estar emocional e psicológico de uma pessoa, pois afeta a forma como ela se relaciona consigo mesma e com os outros, bem como sua capacidade de enfrentar desafios e alcançar seus objetivos. 

“Quando uma pessoa possui autoestima equilibrada, consegue tomar decisões de modo mais tranquilo, bem como lidar com as consequências de suas ações de forma responsável e tranquila. Entendendo que suas escolhas foram legítimas” ressalta a psicóloga. Por isso, quando a autoestima está elevada, a pessoa tende a ter uma visão positiva de si mesma, acreditar em suas habilidades e se sentir confiante. Por outro lado, uma baixa autoestima pode levar a pensamentos negativos sobre si mesmo, insegurança e falta de confiança.

Sinais de baixa autoestima

Segundo a psicóloga, há alguns sinais e causas que podem ser indicativos de baixa autoestima, entre eles, experiências de rejeição, abuso ou negligência na infância ou na vida adulta; comparação constante com outras pessoas; dificuldades em lidar com fracassos ou críticas; falta de reconhecimento ou elogios; pensamentos negativos sobre si mesmo e crenças limitantes; e problemas de saúde física ou mental; sentir-se culpado constantemente e generalizações das suas experiências. 

As pessoas que possuem esse problema sentem que têm menos valor que as outras ou que não apresentam boas qualidades. Podendo ocorrer uma sensação de fracasso, como se estivessem em uma constante insatisfação consigo mesmas. E por muitas vezes, não conseguem colocar limites nos outros, seja familiares ou amigos, e até mesmo em relações afetivas, podendo se deparar com relacionamentos não saudáveis e abusivos. 

A relação com a saúde mental  

A psicóloga Carla Guth diz que a autoestima e a saúde mental estão diretamente relacionadas. “Quando uma pessoa tem uma baixa autoestima, ela tende a se sentir menos capaz, menos confiante e menos valorizada, o que pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e estresse. Por outro lado, quando uma pessoa tem uma autoestima saudável, ela se sente mais confiante, positiva e motivada, o que pode contribuir para uma boa saúde mental e alcance efetivo de seus objetivos”, explica a profissional de saúde. 

Carla ainda completa dizendo que existe uma relação direta entre autoestima e produtividade, e que a autoestima pode afetar a produtividade de alguém de várias maneiras. “Uma pessoa com baixa autoestima pode sentir-se menos motivada e menos confiante em relação às suas habilidades e competências, o que pode levar à procrastinação e à evitação de tarefas desafiadoras”, esclarece a doutora. 

Além disso, uma pessoa com baixa autoestima pode se sentir insegura e ansiosa em relação ao seu trabalho, o que pode afetar sua capacidade de concentração e tomada de decisão. Portanto, praticar o autocuidado, desenvolver habilidades e competências, cultivar relacionamentos positivos e mudar o diálogo interno são algumas das maneiras de aumentar a autoestima e melhorar a produtividade.

Dicas para aumentar a autoestima

Existem algumas maneiras de tornar a relação com nós mesmos mais saudável e mais respeitosa. Confira abaixo algumas dicas da Dra. Carla Guth:

1. Pratique o autocuidado: cuide da sua saúde física e mental, proporcionando a você prazer e relaxamento. Entenda o que você gosta e repita as boas experiências. 

2. Desenvolva suas habilidades e competências: invista em seu desenvolvimento pessoal e profissional, aprenda algo novo e desafie-se a alcançar objetivos que antes pareciam difíceis. Não generalize suas experiências. Entenda o que , de fato, funciona pra você. 

3. Aceitação: Aprenda a se amar, aceite-se como você é, valorize suas qualidades e aprenda a lidar com suas limitações. Não se compare com outras pessoas e celebre suas conquistas. Viva o aqui e agora. 

4. Cultive relacionamentos positivos: mantenha contato com pessoas que o apoiam, incentivam e respeitam você. Evite pessoas negativas ou críticas que minam sua autoestima.

5. Mude o diálogo interno pessimista: preste atenção nos pensamentos negativos e transforme-os em pensamentos mais positivos e construtivos. Pratique a gratidão e o otimismo.