A corrida é um esporte cada vez mais popular. Assim, as diferentes provas existentes têm tido suas técnicas e aplicações estudadas. Essas provas podem ser divididas em: rasas (até 400m), meio fundas (800m a 1.500m),  fundas (acima de 5.000m), em subidas e em terrenos acidentados (trail run).

Independentemente das distâncias das provas, a corrida tem diferentes fases que são classificadas de diversas maneiras. Mas, basicamente, são compostas de: apoio inicial (primeiro contato com o solo), apoio médio (quando o pé esta apoiado plenamente no solo), propulsão (apoio do terço anterior do pé, promovendo a impulsão) e voo (quando o atleta não tem contato com o solo).

As técnicas de pisada mudam entre atletas e dependem do tipo de prova, da técnica individual, da coordenação e da morfologia do pé.

Na pisada “clássica”, o apoio inicial é feito com o calcâneo, seguido do apoio com o pé todo e, na última fase, a impulsão com o terço anterior do pé.

Alguns atletas optam, por características individuais, por correr a maior parte de tempo com a ponta dos pés desde o apoio até a fase da propulsão. Já outros fazem a fase do apoio com o pé mais chapado no chão.

Mas exercícios educativos podem ajudar a melhorar a técnica da corrida. A amplitude (comprimento da passada), frequência da passada (número de passadas a cada 100m ou a cada minuto) e o tempo de contato com o solo são pontos importantes para quem deseja correr mais rápido.

Além disso, a posição do tronco e dos membros superiores também interfere no gesto motor.

O ângulo do tronco é bem importante: o corpo todo deverá estar ligeiramente inclinado para a frente, deslocando o centro de gravidade e dando ao corredor uma leve sensação de desequilíbrio. O corredor deverá ficar atento para não flexionar o tronco.

o braço e o antebraço devem estar relaxados, com um ângulo próximo a 90 graus. Durante a corrida, o movimento desses membros não deve cruzar o tronco (alguns corredores parecem estar lutando boxe) e eles devem ser mantidos na altura das costelas, no meio caminho entre a axila e a crista ilíaca (aquele osso proeminente que fica na linha do umbigo, lateralmente no tronco). Uma melhora da técnica da corrida, além de tornar o atleta mais rápido, faz com ele economize energia.

A escolha do tênis também é uma etapa muito importante: devem ser observados o tipo de pisada, que tipo de prova a pessoa irá fazer, quantos quilômetros e quantas vezes irá correr na semana. Só assim é possível decidir qual o melhor tênis a ser comprado, que não deve ser escolhido pela cor e, sim, pela funcionalidade.

Para que tudo funcione e você tenha melhora da saúde e da performance, não deixe de ter uma orientação adequada que conjugue diferentes volumes, intensidades, tempos, frequências, tipos de trabalho e terrenos.

Walter Tuche é mestre em Educação Física, sócio-fundador da Walter Tuche Assessoria Esportiva, treinador e atleta de provas como maratonas, Iroman e L’Étape du Tour de France.