Quando eu e meu amigo Rafa Veloso começamos a remar de stand-up, logo surgiu a ideia de fazermos um projeto social que envolvesse o SUP e crianças carentes.
Pesquisando como seria o formato ideal, nos juntamos ao Instituto da Criança e criamos o SUPRIR. Pegamos a canoa havaiana, as pranchas dos amigos e lá fomos dar a primeira aula para alguns adolescentes de um projeto do Complexo da Maré. Foi incrível, uma experiência recompensadora, mas só conseguimos fazer umas quatro vezes porque dependíamos da Kombi do Rafa para levar as pranchas e ela foi vendida.
Era um projeto que não tinha nenhum vínculo com empresa, nem era registrado, era uma bagunça deliciosa e organizada com a ajuda dos amigos. Entendemos que era preciso ser mais profissional para fazer a coisa acontecer. Mas não estou aqui pra falar do SUPRIR, mas, sim, de como conheci um projeto chamado ADAPTSURF.
Lembro que quando comecei a formatar a ideia do SUPRIR com o Rafa logo descobri a existência desse projeto incrível. O Henrique Saraiva, um dos fundadores do ADAPTSURF, sofreu um assalto em 1997, no qual levou um tiro e perdeu os movimentos da cintura para baixo.
Estava se recuperando aos poucos, quando, em 2001, seu amigo Marcos Sifu o convenceu a surfar com uma prancha “kneeboard” (para subir de joelhos). Depois de sentir a sensação de descer uma onda, Henrique entendeu que nunca mais iria largar o surfe.
Em 2007, resolveu fazer para os outros o que seu amigo Sifu havia feito com ele. Assim, juntou-se a um casal de amigos, Phelipe (fisioterapeuta: na foto abaixo, aparece empurrando a cadeira) e Luana Nobre (professora de educação física), e juntos fundaram o ADAPTSURF.
O projeto rola aos sábados no Leblon (posto 11) e aos domingos na Barra (posto 2), sempre das 9h às 13h. Lá eles dão aulas de surfe, bodysurfe e SUP para pessoas com deficiência física ou múltipla, auditiva, visual, ou intelectual. Às vezes rolam uns eventos extras de demonstração das aulas com o objetivo de divulgar o esporte e conscientizar as pessoas da importância da melhoria das condições de acessibilidade das praias.
Por termos muitos amigos em comum, logo conheci o Henrique, viramos amigos e tive o prazer de participar desse movimento maravilhoso do bem. Realmente, é um programa delicioso para todos que participam de alguma forma. Só tenho a agradecer ao Henrique, ao Phelipe e à Luana.
Quem gosta de esporte (principalmente os que têm intimidade com o mar e querem ajudar como voluntários) é sempre bem-vindo. Os que quiserem ajudar de outra forma podem fazer doações em dinheiro. Para mais informações de como participar e ajudar, o email é contato@adaptsurf.org.com.br.
Carioca, Karina Vela trabalha como consultora de estilo para grifes, pinta quadros e viaja o mundo para gravar o programa “Quatro Remos” (que vai para a 4ª temporada no canal Off), em que faz travessias em canal aberto de pé em uma prancha de stand-up paddle ou sentada em uma canoa havaiana.
