A resposta é basicamente: porque nossa percepção de mundo é extremamente subjetiva. O que achamos ver é filtrado pela “visão” da nossa mente. Isso explica por que uma pessoa literalmente enxerga o copo meio cheio. E outra literalmente o enxerga meio vazio. Ou seja, o que uma pessoa sente e pensa a leva ter uma visão única sobre o mundo.
E por que não conseguimos cumprir nossas metas de manter uma rotina saudável de exercícios físicos? Para a psicóloga Emily Balcetis, é exatamente essa nossa “visão” mental atuando contra nós: há pessoas que literalmente enxergam os exercícios físicos de forma mais fácil do que outras.
Ela mostrou alguns experimentos em sua apresentação no TED.
Em um deles, os participantes que estavam mais fora de forma enxergaram uma determinada distância de forma significativamente maior do que as pessoas que estão mais em forma. Ou seja, as condições de seus corpos determinaram sua percepção de mundo.
Mas a mente também atua nessa impressão: em um segundo momento da pesquisa, pessoas determinadas e motivadas enxergaram a mesma distância como sendo mais curta do que as pessoas mais desmotivadas.
Isso levou a equipe de Balcetis a pensar: existiria uma estratégia para mudar essa percepção de distância e, em último caso, fazer com que o exercício físico pareça algo mais simples do que ele é?
Depois de muitos estudos, eles desenvolveram a estratégia “mantenha os olhos no prêmio”, uma diretiva real para as pessoas começarem a perceber seus arredores. E concluíram que as pessoas que focam a linha de chegada, o pódio, ou seja, o resultado final de seus esforços, acabam percebendo o exercício físico de uma forma mais fácil do que as que se distraem com o que está ao redor.
Ou seja, podemos ensinar nossa mente a perceber as coisas de modo diferente. E isso vale, sobretudo, para o treino nosso de cada dia!