Dietas da moda, rotinas com tripla jornada e a oferta cada vez maior de produtos ultraprocessados são alguns dos obstáculos que empurram as pessoas para o sedentarismo e para uma alimentação com poucos nutrientes. De acordo com nutricionistas, olhar para o emagrecimento como algo que pode ser feito rapidamente e a busca por um padrão de corpo inalcançável também tornam tudo mais difícil.  

A primeira ideia que precisa ficar nítida é que peso, alimentação e rotina são questões individuais e dependem de múltiplos fatores. Porém, de uma forma geral, enxergar o emagrecer como uma possível consequência de hábitos saudáveis é sempre melhor do que vê-lo como um objetivo a ser perseguido a qualquer custo.  Segundo a nutricionista Elaine Klein, o caminho é cultivar uma relação saudável com o próprio corpo, evitando comparações e pensamentos autodepreciativos, terrenos férteis para frustração, ansiedade, reganho de peso e transtornos alimentares.

Qual a diferença entre emagrecer e perder peso?

Apesar de muitas vezes parecerem sinônimos, conceitualmente emagrecer e perder peso são coisas diferentes. De acordo com a Elaine Klein, o emagrecimento está atrelado à perda de gordura do corpo, já perder peso está associado ao número na balança, que pode até diminuir, mas não necessariamente isso significa a perda de gordura. “Perder peso quer dizer reduzir a massa corporal. Essa ação fará diferença na balança e ao vestir suas roupas, mas você pode estar perdendo somente a massa muscular e líquidos, sem alterar o nível de gordura presente no corpo”, explica a profissional de saúde.

Deixe as dietas restritivas e milagrosas no passado

O emagrecimento é resultado da união entre alimentação equilibrada e atividade física regular. “A mudança de hábitos se torna possível quando temos o apoio de uma profissional séria, que vai propor uma estratégia nutricional assertiva e individualizada, o que nada tem a ver com dietas milagrosas e restritivas”, aponta a nutricionista.

Ao contrário do que muitos pensam, as dietas restritivas prometem o que não é possível cumprir. “Elas são responsáveis por um ciclo extremamente danoso à saúde e ao bem-estar: geram uma perda rápida de peso, depois a estagnação e então uma possível compulsão alimentar, que tem como consequência o reganho de peso, a insatisfação com o corpo e o anseio novamente por perder peso. Daí se reinicia o ciclo e a busca de uma nova dieta da moda”, afirma Klein.

Outra virada de chave é entender o que são ultraprocessados e porque eles devem fazer parte da sua lista de “só como raramente ou nunca como”. Ainda segundo Klein, embutidos, refrigerantes, bebidas açucaradas, temperos prontos, comida congelada industrializada e fast food são exemplos de ultraprocessados, alimentos que passaram por maior processamento industrial, têm mais conservantes e são pobres em nutrientes, se comparados a alimentos in natura ou minimamente processados.  Frutas, verduras, legumes, arroz, feijão…. Os pratos coloridos ou a conhecida comida de verdade sempre serão a melhor escolha. Em relação aos treinos, encontrar uma atividade física que traga prazer também é um conselho valioso. Para isso, é necessário experimentar, tentar de novo e, dentro do possível, priorizar a atividade na agenda como um compromisso importante com você mesmo(a).