Aproveitando essa linda imersão no yoga, que fiz nos últimos 30 dias na cidade de Rishikesh, na Índia, vou falar um pouco de como foi minha experiência, onde tudo respira religiosidade.

Antes queria lembrar que tudo que venho falando aqui no Blog – Descubra o que é Ayuvenda e Conheça seus biotipos – se origina dos vedas. Eles representam o mais antigo extrato da literatura indiana e formam a base do extenso sistema de escrituras sagradas do hinduísmo. A tradição védica tem como base os vedas e seus temas principais são dois: karma: que lida com a ação e seu resultado, os valores éticos, a busca pelo prazer e por segurança, e  o conhecimento da natureza do indivíduo: a busca pela liberação da sensação de limitação e mortalidade.

Nos 30 dias em que fiquei na Índia, pratiquei uma sincera introspecção. Caminho extremamente doloroso para alcançar a sabedoria. O autoexame e a implacável observação dos próprios pensamentos é uma experiência árdua e devastadora. Pulveriza o ego mais renitente.

Conhecer a Índia mexeu com a forma que encaro a vida. Pratiquei uma imersão e me conectei com sentimentos mais profundos.

Lá existe uma energia tão forte, que é quase impossível não transbordar. Insights começaram a vir à tona, meu coração transbordava e pulsava forte. Meus sentimentos ficaram à flor da pele. A Índia faz isso com a gente – ela te toca alma, te vira do avesso, te transforma e te renova.

Foram raros os momentos que andei pelas ruas da cidade de
Rishikesh. A maior parte do tempo estive recolhida.

Algumas vezes ela te dá a sensação de querer fugir. Fugir do lugar, da sujeira, do barulho e do caos. Mas logo eu detectava que na verdade eu queria fugir de mim mesma e era o barulho interno que me incomodava. Então eu começava a olhar com muito amor para todas as questões que estavam vindo. É importante olhar com compaixão para cada sentimento, cada pedacinho do seu eu.

Essa transformação dói, mas te dá o maior presente de todos: você e a sua essência! Deixei vir, deixei doer e deixei fluir. Difícil colocar em palavras tudo que vivi!

Vários momentos a rebeldia aflorava e cheguei a me perguntar se precisava dessa imersão intensa.  Precisou. E com certeza, hoje sou outra pessoa! Quantos mergulhos intensos eu venho tendo, mas isso só acontece quando realmente queremos, pois não é fácil. Não é fácil admitirmos as nossas sombras e fraquezas.

Doeu, chorei, meu corpo “reclamou” e eu respirei fundo e continuei firme assim como na prática de yoga – inspira/ expira – respira fundo e continua. Isso é pra vida!

Dói! Mas é transformador desabrochar, sair do conforto, virar do avesso e mexer nos seus sentimentos mais profundos – seus medos, suas cicatrizes, suas fraquezas e suas sombras.

Meu maior conselho depois dessa experiência é:

Dê um tempo pra você, escute seu coração e saia do piloto automático. Quando você sai da zona de conforto a transformação acontece. A vida é uma só para nos limitarmos por conta dos medos e pra viver querendo agradar a todos e esquecer da pessoa mais importante, VOCÊ MESMO!

Porém, temos que ter consciência de todas as nossas atitudes. Satisfazer nossas vontades através de meios apropriados, adequados, que produzem resultados positivos e evitar meios não apropriados, que, mais tarde em sua vida, produzem resultados negativos.

A atenção na execução das ações e na atitude ao receber seu resultado conduz ao crescimento interior e emocional. O Yoga é um estilo de vida que nos ajuda a alcançarmos esse conhecimento e a escutarmos nosso coração.

Namastê!