Tssss-tssss-tssss é o som que faz a prancha quando marca a superfície da água, em alguns momentos navegando, em outros voando. O controle do equipamento, o direcionamento e a velocidade estão na mão do velejador, que entende o equipamento como extensão de seu próprio corpo, sensível a qualquer sinal de mudança, olhando o ritmo das ondas, escutando a rajada e o som que a prancha faz no contato com a água, o assobio da quilha, o momento em que a onda vai estourar e, derivando desse conjunto de detalhes captados subconscientemente, sua próxima ação.

Consciência corporal, resistência, explosão, força, sensibilidade, delicadeza, agilidade, equilíbrio e velocidade são as qualidades físicas. Foco, paciência, garra, vício em adrenalina, pensamento estratégico, malícia, oportunismo, concentração, capacidade de expandir as fronteiras do corpo e operar os agentes da natureza como material de trabalho são as qualidades mentais.

Velejar de windsurf é um prazer. Entender e estudar as forças da natureza que impulsionam o equipamento e poder operá-las é um privilégio para poucos. O Brasil tem uma tradição enorme nas diversas categorias do Wind. Nas ondas, temos Kauli Seadi e Marcílio Browne – Browzinho para os íntimos –, Ricardo Campello na categoria Freestyle, de manobras, Paulão dos Reis e Wilhelm Schurmann na Fórmula e, finalmente, Ricardo Winicki, o Bimba, e eu na RS:X, a categoria olímpica do windsurf.

A RS:X exige dos atletas um excelente preparo físico, pois em regatas de vento fraco, usamos o corpo para impulsionar a prancha, executando movimentos parecidos com uma remada com a vela. Nas demais categorias olímpicas de vela, o windsurf também se destaca como modalidade que mais exige fisicamente dos atletas. Afinal, impulsionar a vela com as remadas, tratar de fazer a prancha andar, equilibrar-se em pé na prancha, aguentar o peso da vela e do vento e ainda bolar uma boa estratégia de regata e avaliar situações táticas não é mole.

Para dar conta disso tudo, o preparo físico é muito importante, principalmente porque as competições duram em média cinco dias, com três regatas de 30 minutos por dia, de maneira que o bom condicionamento é primordial para fazer toda a competição sem lesões e sem acúmulo de ácido lático.

Para tanto, além de pedalar e remar, ainda conto com o apoio da Bodytech para realizar um bom treino físico, com equipamentos modernos e espaços amplos e agradáveis. O clima familiar da Bodytech Barão da Torre sempre me motiva a buscar mais! 

 Patrícia Freitas é atleta da Vela (RS:X). Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011, 13º lugar nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 e 14º lugar no Campeonato Mundial 2014. Ela será a representante do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015 (em julho) e é a titular do RS:X para os Jogos Olímpicos 2016.