Estamos no Outubro Rosa, uma das épocas do ano mais importantes para as discussões sobre saúde da mulher. Há mais de três décadas, o movimento alerta sobre a importância da prevenção do câncer de mama. E não é para menos: este é o tumor que mais atinge mulheres brasileiras depois do câncer de pele, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Desde que a data foi lançada, em 1991, houve avanços em relação aos tratamentos e a própria compreensão da doença. Para entender um pouco mais sobre o assunto, o Blog da BT conversou com especialistas. Confira e tire suas dúvidas. 

Possíveis causas e como prevenir 

Apesar dos avanços, ainda enfrentamos grandes desafios em relação ao câncer de mama. Segundo a professora do Núcleo de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Católica de Pelotas (UCPEL) e médica da Clínica Leger Fabiane Gama, é preciso se informar, ter hábitos saudáveis e fazer os exames de acordo com a recomendação médica, já que a doença é multifatorial. “São diversas causas que podem contribuir para o desenvolvimento do câncer de mama, como questões genéticas, rotina alimentar, exposição a determinados hormônios durante a vida, além de fatores comportamentais”, explica Gama. 

Atenção ao próprio corpo 

De acordo com a Gerente da Divisão de Epidemiologia do Instituto Nacional do Câncer (INCA), Liz Maria Maria Almeida, o autoexame já foi uma técnica indicada, porém esse procedimento com ‘passo a passo’, feito em casa na frente do espelho, foi substituído por uma orientação mais abrangente de autocuidado diário. “O ideal é que a pessoa esteja sempre se olhando e prestando bastante atenção ao próprio corpo. Vai se vestir para trabalhar ou tomar banho? Fique de olho nos sinais diferentes que possam surgir no seu corpo”, recomenda a epidemiologista. Coloração diferente nos seios, dores e retração da pele, por exemplo, são sinais de alerta. 

Exercício e alimentação são essenciais na luta contra o câncer de mama

Ainda segundo Gama, manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente são fundamentais na prevenção do câncer de mama porque os dois promovem o equilíbrio dos níveis hormonais, fortalecem as defesas do organismo e ajudam a manter o peso, já que a obesidade é um fator de risco para a doença. 

Além de atuar na prevenção, ter uma rotina com movimento contribui inclusive no tratamento, entrando com frequência na prescrição dos médicos. Atualmente é comprovado que a atividade física aumenta a tolerância do organismo à quimioterapia, diminui  o tempo de recuperação após a cirurgia e eleva as chances de cura. De acordo com o médico Daniel Gimenez, oncologista clínico do Centro Paulista de Oncologia, exercícios aeróbicos combinados com a musculação são excelentes para mulheres que estão lutando contra o câncer. No caso das pacientes que sempre foram sedentárias e recebem o diagnóstico, recomenda-se começar aos poucos, sem grande intensidade, para não causar lesões. 

 “Por conta da serotonina — hormônio produzido pelo corpo durante o exercício e que traz sensação de felicidade —, eu percebo no consultório que os pacientes que estão se tratando e fazem atividade física todos os dias conseguem reagir melhor, se sentem mais confiantes”, reforça Gimenez.