Ah o verão… A estação das altas temperaturas, do biquíni e do bronzeado. A época do ano em que ficamos mais expostos ao sol e precisamos redobrar os cuidados, pois os raios UVA e UVB não estão para brincadeira. E já que o verão começa oficialmente neste mês, que tal tirar suas dúvidas para curtir o calorão com saúde? 

Todo mundo sabe que hidratação é fundamental o ano inteiro, mas, nas temporadas de calor intenso, beber bastante água e se alimentar com opções mais leves faz o nosso organismo trabalhar melhor. Segundo os especialistas, esse cuidado reflete diretamente na disposição ao longo do dia, no funcionamento do intestino, no equilíbrio da quantidade de água corporal e na pele —  sim, na pele! Como ela está sempre exposta ao ambiente externo, precisamos dar uma atenção especial a ela. 

Dezembro laranja: use o protetor solar o tempo todo

Um pulinho na praia ou mergulho na piscina são as chances para esticar o tempo de exposição ao sol e aproveitar para pegar uma corzinha. A gente acaba relaxando e esquece de usar e abusar do protetor solar, o que é um erro muito grave. Além de causar o envelhecimento precoce, o contato direto com os raios solares aumenta em até dez vezes o risco de câncer de pele. 

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tipo de tumor é o mais incidente entre os brasileiros e ultrapassa a marca de 185 mil novos casos a cada ano — cerca de 30% de todos os cânceres registrados. Por causa desses números tão altos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove o Dezembro Laranja, uma iniciativa que faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele.

Apesar de muitas informações circularem, ainda nos deparamos com alguns mitos que precisam ser quebrados, como afirma o oncologista Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas.

“Alertamos sobre a necessidade de proteger a pele da exposição aos raios ultravioletas do sol há muito tempo. Bloquear os raios UVA e UVB com filtro solar e barreiras físicas, como roupas e chapéus, por exemplo, é muito importante para qualquer idade, cor e tipo de pele. Precisamos desmistificar essa história de que só pessoas de pele clara têm risco de desenvolver a doença ou que o uso de protetor solar só é necessário em momentos de lazer, quando na verdade isso deveria ser parte da nossa rotina essencial diária”, explica o oncologista.

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Nem todo câncer de pele é igual

Existem dois tipos de câncer de pele: o melanoma e o não-melanoma. De acordo com o oncologista Sergio Jobim Azevedo, líder do grupo de pele da Oncoclínicas, o não-melanoma é o mais comum entre esses dois cânceres e os sintomas vão desde lesões cutâneas com crescimento rápido a feridas que não cicatrizam e podem estar associadas a sangramento, coceira e, algumas vezes, dor. Esses sinais geralmente surgem no pescoço e braços, partes do corpo que costumam ficar mais expostas ao sol.

Já os indícios do câncer de pele do tipo melanoma geralmente se manifestam através de pintas escuras, que apresentam modificações com o passar do tempo. A incidência desse tipo de câncer representa apenas 3% dos casos dos tumores de pele, mas possuem um grau mais elevado de agressividade e letalidade.

“Esse tumor mais severo pode aparecer na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. A observação regular das pintas no corpo pode ser feita pelo paciente ou pelo profissional de saúde. Caso seja necessário, o médico realizará exames mais complexos para obter o diagnóstico e dar início a um tratamento”, indica Sergio.

Sobre adeptos a técnicas de bronzeamento artificial, que se expõem à radiação solar até mesmo por motivos ocupacionais, também podem ter risco aumentado. Diabetes, tabagismo, uso de determinadas medicações, além de casos de melanoma em família, podem ser fatores de risco da mesma forma.

Confira mitos e verdades sobre o cuidado com a pele

1 – Não precisa usar protetor em dias nublados. 

Falso. Os raios UVA estão presentes na mesma intensidade em dias nublados, portanto, o uso de protetor solar é fundamental. Passe várias vezes ao longo do dia. Não vale passar só uma vez. 

2 – O risco é maior no verão.

Verdadeiro. O que determina maior risco de incidência de câncer de pele é o índice ultravioleta (IUV), que mede o nível de radiação solar na superfície da Terra. Quanto mais alto, maior o risco de danos à pele. Esse índice costuma  ser mais alto no verão.

3 – Existe exposição ao sol 100% segura

Falso. Não existe e por isso não dá para exagerar. Evite se expor diretamente ao sol principalmente das 10h às 16h. Além do protetor com filtro adequado, leve sempre chapéu, óculos, viseira e até peças de roupa para usar ao longo da exposição ao sol. No verão, todo cuidado é bem-vindo. 

4 – Negros não precisam usar protetor solar.

Falso. Todo mundo tem de usar protetor.  Apesar de o câncer de pele ser menos comum entre pessoas com mais melanina na pele — o que garante uma fotoproteção natural maior — , isso não torna ninguém imune ao câncer de pele. 

5 – Toda pinta escura é câncer de pele.

Falso. Só uma análise de um profissional de saúde e exames podem dizer isso. Fique atento a manchas que coçam, crescem e ou sangram e se consulte se esse for o caso.