A procrastinação tem sido um assunto frequentemente falado durante esse período de pandemia. Seja pelo home office, pela volta ao presencial ou pelo ano cansativo, não faltam motivos que nos fazem desanimar na hora de realizar alguma tarefa. Conversando com a psiquiatra Maria Francisca Mauro, mestre em Psiquiatria pelo PROPSAM/UFRJ, nós perguntamos o que é a procrastinação, em que momentos ela aparece e pedimos algumas dicas de como driblar esse comportamento. Confira abaixo! 

O que é? Ela pode se tornar um problema?

Podemos definir procrastinação como um comportamento para adiar algo que temos que resolver, deixar para lidar com a situação depois. Maria Francisca Mauro explica que a procrastinação é uma realidade na vida de muitos de nós. Às vezes é involuntária, outras nem tanto, como aponta a psiquiatra. É muito comum pensar que no passado deixávamos tudo para a última hora, mas dávamos conta de entregar e hoje isso não acontece. “Você acaba não tendo forças para realizar algo, descumprindo prazos, e esquece o que deve ser feito”, afirma a especialista ao acreditar que essas posturas são importantes para perceber que talvez não seja preguiça, mas sim uma doença emocional. Este tipo de procrastinação não é um adiamento voluntário, mas uma sensação de incapacidade, sendo sensações totalmente distintas.

Quando buscar ajuda profissional?

Quando essa paralisia produtiva consegue ir além da dificuldade para iniciar algo, é importante buscar ajuda profissional.”Caso esteja preocupado com a sua produtividade, primeiro respire e tente manter a calma, porque com o nível de estresse elevado, é possível que fique cada vez mais tenso e, às vezes, desesperado, deixando de fazer o que realmente precisa”, explica a especialista. O importante é não deixar que o seu nível de exigência tome conta da situação. É necessário lembrar que estamos em constante aprendizado e acelerar esse processo, em alguns momentos, pode ser prejudicial. 

Com uma rotina tão estressante, os 30 minutinhos para relaxar são essenciais, mas podem virar horas, então lembre-se: quando a procrastinação virar longas horas de frustração está na hora de repensar esse momento. “Por fim, torna-se fundamental perceber se o adiamento é um sinal de adoecimento, ou se simplesmente você está adiando os compromissos e tarefas”, pontua a psiquiatra. Um bom início é refletir, ponderar, estabelecer prioridades e por fim começar. Como lembra a médica, nada se termina antes de um começo. 

Como deixar esse comportamento de lado?

Segundo a profissional de saúde, uma dica que pode ser útil é pensar nas tarefas por pequenas etapas, isso faz com que o processo se torne mais fácil. Pode parecer a coisa mais chata do mundo, mas por melhor que seja a sua memória, colocar tudo o que precisa ser executado em um papel e seguir uma ordem de prioridades é uma forma de não deixar para depois. Esta é uma sugestão que vale para todos, principalmente para os que não conseguem estabelecer prioridades, ou mesmo para os que não têm um método para realizarem suas atividades.