*Por Ricardo Silva Pinto, instrutor Acqua Bodytech Icaraí (Niterói, RJ)

O Dia Nacional da Prevenção da Obesidade, comemorado nesta terça, 11 de outubro, chama a atenção para um público bem específico e delicado, as crianças. Não é mais segredo para ninguém que a obesidade infantil já ultrapassou o estágio de mera preocupação das famílias, escolas, professores e gestores públicos e agora é uma verdadeira epidemia global com sérias consequências. Várias são as causas que levaram a obesidade infantil à tal realidade.

Crianças com pais obesos têm uma maior probabilidade de se tornarem obesos. É correto reivindicar que fatores genéticos influenciam nessa equação, porém os estilos de vida e comportamentais parecem prevalecer no grau de importância para a instalação da doença. Obviamente, as crianças não têm a autonomia de fazer sua própria comida, logo elas somente comerão o que os próprios pais ou responsáveis lhes oferecerem.

É comum uma dieta de alta ingestão calórica agregada a alimentos com déficit nutricional. Por isso, é fundamental que os pais tenham a real percepção do quão importante é o exemplo de um estilo de vida saudável para a criação dos filhos e a internalização desses hábitos como algo natural e harmônico.

Adiciona-se a isso o alto índice de utilização de aparelhos eletrônicos, que causam um sedentarismo precoce e exacerbado, e a insegurança dos locais públicos para a prática de esportes, atividades e/ou exercícios físicos e lazer.

As consequências de todas essas causas são velhas conhecidas: diabetes tipo 2 e altos índices de colesterol, hipertensão e doenças cardiovasculares. Se já não bastassem esses problemas físicos, outra preocupação entra em cena: os problemas psicossociais. A baixa autoestima, o bullying, a exclusão de grupos sociais tão caros nessa idade levam com frequência à depressão.

Contudo, nem tudo é desalento e má notícia. Os mecanismos de prevenção e tratamento dessa doença são bem conhecidos e de efetividade cientificamente comprovada: exercícios físicos regulares, dieta saudável que propicie o pleno desenvolvimento motor e intelectual e sono reparador (cerca de 9 horas diárias).

Atividades físicas intermitentes com intensidade de moderada a alta e duração de 60 minutos são recomendadas pelas organizações internacionais de promoção de saúde US Department of Health and Human Science e National Institute of Health. Para as famílias criarem uma rotina mais ativa, é importante que os pais incentivem seus filhos a praticar esportes e que a criança experimente algumas atividades até escolher a sua preferida. Dessa maneira, o interesse em praticar a atividade será algo prazeroso e não uma obrigação. Atividade física é a melhor prevenção contra o sedentarismo e a obesidade e, se realizada com prazer e sem cobrança, ajuda a potencializar os resultados!