Até dois anos atrás, atividade física eram dois palavrões, que juntos, tinham sinônimo de obrigação para Janice Bonfiglio. Obrigação essa que ela mesma não conseguia cumprir de jeito nenhum e a desculpa perfeita era a rotina de advogada. Mas isso já faz tempo e muita coisa mudou desde então. A vida deu uma virada daquelas aos 40 e pouco e a corrida transformou sua forma de se ver e de encarar o mundo!

Ela não foi a primeira da família a se apaixonar pelo esporte. O irmão, Rodrigo, já se aventurava em provas de corrida antes mesmo de Janice colocar os pés numa esteira. A primeira virada foi se inscrever na Bodytech Mont’Serrat. Ela fazia musculação, bike e começou a se aventurar nas aulas de running em junho de 2017, para felicidade do Rodrigo e do professor Victor Perkov — que a partir daí virou seu grande treinador e inspiração para ultrapassar seus limites.

O desempenho de Janice surpreendeu. Nos primeiros meses de aula, ela teve resultados muito positivos para quem vinha de anos sentada em frente ao computador. Em setembro de 2016, ela já participou de uma prova de 10km e em janeiro do ano seguinte, formou um quarteto na Travessia Torres Tramadaí e a partir daí não parou mais.

Vocação nata, mas também empenho. A corrida foi aos poucos ocupando um espaço central na sua vida. A alimentação, os horários, leituras, treinos e pesquisas passaram a ser pautados por performance, provas, trilhas e menor tempo. “Acordo às 4h45, treino quase todos os dias, não como mais açúcar, bastante proteína, pouco carboidrato e faço tudo isso feliz”, conta.

A segunda virada foi com uma surpresa! A advogada corredora, que se inscreveu pela primeira vez como quem não quer nada em um sorteio disputadíssimo, foi sorteada! A prova é a Uphill 2018, uma corrida de 25k na Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, que vai acontecer em setembro. “Desde que fiquei sabendo do resultado, a Uphill virou a prova da minha vida”. Até lá, seus treinos serão totalmente focados na competição, como esse das fotos, que ela fez no último fim de semana ao lado do Victor e do irmão, na mesma serra onde vai competir.

Felicidade não só da boca para fora, mas também estampada no rosto e em suas atitudes. “Amigos, família e colegas de trabalho sempre dizem que eu estou mais feliz e tranquila depois que comecei a correr e a levar a sério. É um ‘vício’ bom, que me mudou. Não penso em parar de correr nunca!”.