O mundo perfeito para uma mulher em período menstrual seria não ter que mudar toda sua rotina por causa do sangramento e dos desconfortos. Escola, faculdade, trabalho ou lazer: tudo parece mais complicado quando a menstruação chega. Na hora de treinar, não é diferente e sempre surge o receio do absorvente vazar ou causar alergia. Por isso muitas mulheres estão apostando no coletor menstrual, uma alternativa que promete dar mais segurança e liberdade ao longo do dia. O coletor, diferente dos absorventes, corre menos risco de sair do lugar, segura por mais horas o fluxo e diminui a geração de lixo plástico, que tanto polui o meio ambiente.
Como funcionam os copinhos
A ginecologista Priscila Lima afirma que os “copinhos” podem trazer diversos benefícios, como maior facilidade com a higiene íntima, menos odores e alergias, menos trocas e maior liberdade para praticar exercícios físicos.
“O coletor é como um copinho que a mulher introduz na vagina para armazenar o sangue, ao invés de absorver. A principal diferença é que pode ser lavado e reutilizado. Ele também é uma boa opção para quem pratica exercícios físicos, por ter maior capacidade de coletar o sangramento e pode ser trocado com menos frequência do que os absorventes comuns”, explica.
Cuidar da saúde íntima de forma consciente gera bastante impacto na forma como nos relacionamos com a natureza. De acordo com matéria publicada na Folha de São Paulo, cerca de 15 bilhões de absorventes vão parar em lixões e aterros sanitários anualmente, e cada um deles leva, em média, cem anos para se decompor. Em cinco anos, o descarte desse tipo de material na natureza é de 17 toneladas.
Priscila defende a proposta do coletor por ser um objeto de silicone, lavável e durável. Esses fatos chamam a atenção da mulher que quer se sentir mais segura na menstruação e deseja aderir a soluções mais sustentáveis para o meio ambiente, como é o caso da produtora audiovisual Guinevere Gaspari, que pratica um esporte de patinação e se sente mais confortável usando o copinho.
“Uso o coletor há três anos e o que me fez começar a usar, logo de cara, foi a questão ambiental. Acho isso ótimo, porque nunca tive o problema de vazar com ele e pude deixar de usar o absorvente descartável, que sempre me deu muita alergia. No esporte, como a gente transpira muito, o copinho permite que a região íntima fique menos abafada, além de diminuir muito aquele cheiro ruim que geralmente fica nos absorventes comuns”, conta.
Imperceptível se estiver no lugar certo
A ginecologista esclarece que não há chances do coletor incomodar se o tamanho for adequado e se estiver inserido corretamente. A partir do momento que a mulher aprende a colocá-lo, já é possível aproveitar os intervalos prolongados de até doze horas sem se preocupar, sempre levando em consideração o tipo e o fluxo menstrual de cada uma.
Pensando na intensidade do fluxo, existe sim a possibilidade de vazamentos. Priscila aconselha que o “copinho” seja escolhido após uma visita à ginecologista para ajustar o tipo e tamanho de acordo com a altura do colo do útero e comprimento da vagina para evitar esse problema.
Limpeza durante e no fim do ciclo
Para manter o coletor limpo, duas coisas são necessárias: água e sabão neutro. O recomendado é que o coletor seja bem lavado e enxaguado a cada troca. Quando o ciclo chega ao fim, recomenda-se colocá-lo de molho em água fervente por cinco minutos. Seguir esse passo a passo pode fazer o copinho durar de três a dez anos, dependendo da marca.