*Por Gustavo Braga, instrutor de jiu-jítsu da Bodytech Rio Sul, no Rio de Janeiro
Além de ser um exercício aeróbico excelente (o gasto calórico é muito alto!) e de trabalhar força e flexibilidade, o esporte traz diferentes benefícios e pode ser feito em qualquer idade, por homens e mulheres.
O jiu-jítsu hoje é uma atividade democrática. E a época em que só se viam homens no tatame realmente ficou para trás. Há um tempo que as mulheres vêm quebrando paradigmas no jiu-jítsu e comprovando que não há nada que elas não possam fazer. Percebo nas minhas aulas que cada vez mais as meninas se destacam e se interessam pelas competições. Eu tenho fortes nomes no meu time, por exemplo.
Além disso, não há limites de idade. Jovens, adultos e idosos podem praticar. Ele é um esporte complexo, que trabalha o cérebro, o potencial estratégico, e não a toa é comparado ao jogo de xadrez.
Quem faz jiu-jítsu trabalha muito mais do que a força. Os praticantes entram em contato com valores importantes, como por exemplo, a união, o respeito aos mais graduados, a fidelidade à casa e consequentemente aos laços de amizade que se criam, e a disciplina. Eu fico impressionado com o vínculo que meus alunos criam naturalmente ao longo dos treinos. Eles viram uma família de fato, vestem a camisa, dividem emoções e se relacionam fora do tatame.
Isso não tem preço, principalmente no mundo de hoje, em que cada um vive sua realidade sem se conectar de verdade com o outro. Durante esses 27 anos dedicados à luta, já vi muitas vidas serem salvas por causa do esporte. Obesos que emagreceram, jovens que largaram drogas e a vida do crime, adolescentes inseguros que se tornaram grandes homens e mulheres. Sem demagogia, vida salvas e seres humanos mais realizados, tudo isso motivado por uma paixão: o jiu-jítsu.