A menstruação é um período complicado para algumas mulheres ao longo de todo ano. Mas o calor do verão pode potencializar os incômodos e causar um desconforto ainda mais chato que o normal. Então, como é possivel minimizar os sintomas para curtir o sol e as temperaturas altas sem se preocupar com o período menstrual? Conversamos com uma ginecologista e uma nutricionista para ajudar a mulherada a passar por esses dias mais quentes com tranquilidade.
Nessa época de calor intenso, os sintomas associados à Tensão Pré-Menstrual (TPM) e ao ciclo menstrual aumentam. A sensação de desânimo, cansaço e queda da pressão arterial são incômodos bem comuns, de acordo com Fabiane Gama Ongaratto, ginecologista da Clínica Leger. A médica afirma que apesar do fluxo sanguíneo não ser alterado, é normal que a pressão abaixe um pouco no período menstrual, já que o corpo faz isso para regular o bombeamento do sangue.
Existe um jeito de amenizar essa sensação de fadiga?
Fabiane explica que existe sim. Além desses sintomas, várias mulheres relatam questões igualmente incômodas com acne, cólicas e irritabilidade. Segundo ela, uma forma eficaz de deixar esse momento do mês confortável é aumentar a hidratação de forma saudável, pois o organismo retém ainda mais líquido durante a menstruação. Além disso, a ginecologista recomenda que haja uma atenção maior à alimentação é à prática de atividades físicas.
“Evitar alimentos gordurosos e com muito sal e praticar atividade física regularmente é essencial. Para quem pode, a drenagem linfática corporal também é uma grande aliada para minimizar o desconforto da retenção de líquidos. No caso da acne e da pele oleosa, o indicado é lavar o rosto com sabonetes que ajudam no controle da oleosidade e incluir outros produtos próprios para esse tipo de pele no cuidado diário”.
Para mulheres que possuem um fluxo menstrual alterado e que dura vários dias e uma TPM severa com sintomas prolongados e que diminuem a qualidade de vida, é muito importante seguir as recomendações de Fabiane. Além de, claro, consultar um ou uma ginecologista para ter um acompanhamento individualizado.
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Alimentação e os impactos no período menstrual
Ciclo menstrual e alimentação estão ligados diretamente – nem pense o contrário. Os hábitos alimentares podem afetar a intensidade das cólicas e da TPM, tanto positiva quanto negativamente. Gabriela Abdo Camargo, nutróloga e endocrinologista da Clínica Leger, esclarece que o consumo de alimentos antioxidantes como frutas, legumes e vegetais são capazes de auxiliar na diminuição dos sintomas.
“Esses alimentos ajudam e muito a amenizar a retenção de líquido corporal, além de aliviar as cólicas menstruais intensas por causa das propriedades anti-inflamatórias. A ingestão de grãos, sementes, aveias, folhas verdes e gema de ovo é importante para suprir a quantidade de vitamina do complexo B. Esse tipo de nutriente ajuda a dar mais energia e disposição”.
Gabriela reforça a necessidade de incluir minerais como o zinco, magnésio e cálcio na rotina alimentar, pois são ótimos estabilizadores de progesterona e estrogênio. Mas também aconselha diminuir a ingestão de frituras, açúcares e bebidas alcoólicas, pois aumentam a sensação de desconforto e inchaço. O consumo exagerado de compostos fenólicos – encontrados no café e chás – também não é muito legal. Limite a ingestão desse componente para não reduzir a biodisponibilidade de ferro no organismo, já normalmente reduzida no período menstrual.
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“Como curtir praia, piscina e cachoeira se estou menstruada?”
Cada mulher decide como se sente mais confortável com os métodos escolhidos. Seja com o absorvente externo ou interno, calcinha absorvente ou coletor menstrual, as alternativas estão disponíveis no mercado para serem testadas. Fabiane selecionou duas delas para explicar um pouco mais e auxiliar na escolha com um único objetivo: conforto.
“O absorvente interno é confeccionado de algodão, é descartável e não tem contato com o ar, diminuindo o odor característico da menstruação que inúmeras mulheres se queixam. Já o coletor menstrual, feito de silicone, tem uma capacidade de armazenar um bom volume sanguíneo e é reutilizável. No entanto, se mal posicionado, pode incomodar e também vazar”.
A ginecologista também explica que o absorvente mais usado pelas mulheres nesse período pode ser um problema para a saúde íntima. Os absorventes externos precisam de mais atenção no calor, pois podem abafar a região pélvica, favorecendo a proliferação de fungos e bactérias. Por isso, o indicado é trocar sempre que possível e deixar o local limpo para curtir os dias quentes numa boa.