Videogames, smartphones, tablets e computadores. Cada vez mais se torna desafiador tirar a atenção das telas, especialmente quando falamos de crianças. A maioria já nasce com os dedinhos prontos para manipular o touchscreen, mas é necessário estimular o brincar lúdico, que leva à prática de atividade física.
Mas o que fazer quando a criança demonstra desde pequena o desinteresse em brincadeiras ou esportes que exijam dela fisicamente? Nesse caso, os pais devem achar alternativas para evitar o sedentarismo e despertar o gosto por atividade física. Como fazer isso? É essa pergunta que a gente tenta responder em uma conversa com a Daniela Silva, coordenadora Acqua e Kids da Bodytech Lago Sul, em Brasília.
Incentivando os pequenos desde cedo
É fundamental que as crianças sejam estimuladas desde o nascimento a praticar alguma atividade física. “Entre os 4 meses e um ano de vida, a criança apresenta movimentos involuntários que serão a base para o desenvolvimento motor, sendo um dos motivos para o estímulo desde cedo, além de reduzir as chances de diversas doenças”, explica a educadora.
“A ideia é que ela enriqueça o seu acervo motor durante toda a infância, para quando chegar na fase motora especializada, a partir dos 7 anos de idade, consiga priorizar modalidades que tem maior afinidade”.
Através de atividades como natação e psicomotricidade, o pequeno(a) poderá desenvolver com mais facilidade o equilíbrio, a manipulação de objetos e a locomoção pelo ambiente com maior precisão e controle. Também aprenderá, através da imitação, diferentes e novos estímulos vendo os coleguinhas nas aulas em grupo. E o melhor é que tudo isso acontece através da ludicidade.
Evitando o sedentarismo infantil
De acordo com a coordenadora da BT Lago Sul, atualmente, é comum vermos crianças e adolescentes substituírem atividades que demandam maior gasto energético pelas telinhas dos eletrônicos, o que não é recomendado. Segundo um estudo da Sociedade Brasileira de Pediatria, crianças de 3 a 5 anos devem fazer, no mínimo, 180 minutos de atividade física por dia, de modo fracionado, para não serem consideradas sedentárias. Já para crianças e adolescentes de 6 a 19 anos, o mínimo para evitar as consequências do sedentarismo infantojuvenil são 60 minutos de movimento em intensidade moderada.
Pais e avós podem ser os maiores incentivadores nesse processo, pois as crianças se espelham nos familiares, seguindo a mesma trajetória. Além disso, é sempre bom verificar se a criança está fazendo atividades que lhe são interessantes e prazerosas e não apenas as que os pais gostariam que ela fizesse. Quando isso acontece, a criança perde o estímulo rapidamente, não aderindo às atividades escolhidas pelos pais. “Mescle as atividades e sempre tenha em maior quantidade as que despertem interesse na criança” aconselha Daniela.
Atividade física como momento agradável para a criançada
Para realizar a atividade física com prazer é fundamental que ela seja divertida e repleta de desafios sempre com um reforço positivo. Respeitar as particularidades e tempo de aprendizagem de cada criança também é importante para que ela não se sinta pressionada durante o aprendizado, além de utilizar uma linguagem adequada e de fácil compreensão para cada faixa etária.
O acolhimento precisa ser único, durante e ao término da aula, pois assim a criança vai se sentir segura e pertencente à turma, logo, vai querer retornar nas próximas aulas. Outro ponto relevante, especificamente, para crianças de 3 a 6 anos é o transitar entre o imaginário. É uma ótima estratégia trazer as histórias e personagens preferidos dos pequenos durante a execução das atividades, pois faz com que o pequeno(a) se sinta estimulado(a).