No mês da mulher, o Blog da Bodytech abre espaço para cinco mulheres da nossa equipe falarem sobre rotina, carreira, família, desejos e desafios. Com idades, cargos e origens diferentes, elas compartilham suas histórias para nos encher de inspiração. A segunda da série é Marcia Gralha, instrutora de bike na Bodytech Mont’Serrat.
Marcia é mulher, professora, DJ e uma entusiasta com a vida. Aos 47 anos de muitas reviravoltas, batalhas e vitórias, vive intensamente e com o astral lá em cima. Instrutora de bike na Bodytech Mont’Serrat, ela chama atenção pelo seu bom humor e suas aulas com as melhores playlists. Não podia ser diferente, além de educadora física, ela também é DJ. Quem curte música eletrônica já sabe: não tem treino melhor do que ao lado da Marcia! Aliás, essa é uma das maiores felicidades dela, poder misturar sua paixão pela música com as aulas da BT.
A alegria é sua marca registrada, mas o sorriso estampado hoje no rosto tem um motivo ainda mais especial: superação. Aos 25 anos, após sentir um incômodo em uma corrida com alunos, Marcia consultou um cardiologista e foi diagnosticada com leucemia.
“Eu fiquei surpresa, mas a minha maior preocupação era se eu ia poder voltar a fazer o que eu fazia antes. Eu só queria continuar ativa, dar minhas aulas, encontrar meus alunos.”
Mulher forte, animada e determinada, nem a doença foi capaz de parar não. Durante os 2 anos de um tratamento agressivo, que a fez ficar internada, a professora recorreu à fisioterapia para manter o corpo em movimento. A solução para não deixar a educação física de lado foi prescrever treinos à distância para seus alunos.
Só com muita garra e perseverança foi possível vencer essa batalha e enfrentar a nova reviravolta que tomou conta de sua vida 15 anos depois. Foi mais uma luta contra o câncer, dessa vez, o de mama. Um tumor complicou o caso e gerou um grave AVC, que deixou todo o lado esquerdo do seu corpo paralisado. Com um tratamento neuromotor, medicação e novamente a fisioterapia, ela conseguiu não só reverter a paralisia, como vencer o câncer sem nenhuma sequela.
“Quem me vê tão sorridente na academia nem imagina que por um tempo eu estive com um lado do meu corpo paralisado ou que vivi momentos tão difíceis. Depois de tudo que passei, sinto que estou sempre comemorando a vida, brindando todos os dias, e o meu alto astral é reflexo disso.”
Todas essas transformações, é claro, contribuíram para aumentar sua sede de viver. Agora, a DJ aproveita ao máximo fazendo o que ama: trabalhar, viajar e estar sempre em contato com a música. Aliás, as viagens combinadas com música são seu maior prazer. Sempre que pode, ela acompanha os festivais de música eletrônica por todo mundo. Com as amigas, o marido ou quem quiser acompanhar. Felicidade pra ela é ver de perto os DJs que são sua inspiração e dançar até o último segundo de festa.
Para além de sua profissão, Marcia é uma mulher supersegura de suas escolhas pessoais. Quebrando o paradigma de que todas as mulheres devem ser mães, ela conta que a decisão de não ter filhos foi muito natural. Desde pequena, nunca desejou vivenciar a maternidade, e ao entrar na vida adulta, só teve mais certeza dessa escolha. A fala da Marcia é muito importante para reforçar que está na hora da sociedade entender que existem mulheres que genuinamente não nutrem a vontade de ter filhos, e tudo bem!
“Uma vez eu falei pra minha mãe: eu vim a esse mundo pra ser filha, e não mãe! E ela concordou. Tenho esse espírito jovem, brincalhão.”
Marcia explica que realmente ama e se sente realizada com seu trabalho, por isso, a carreira sempre foi seu foco e prioridade. A maternidade é visto por ela como uma responsabilidade muito grande, que ela simplesmente preferiu não atribuir a si mesma. Até porque, após passar longos períodos lutando contra uma doença, agora ela quer viver, ser livre e se colocar em primeiro lugar. A decisão de não ter filhos tem apoio de seu marido e família, e a cobrança da sociedade é encarada numa boa por ela também.
Uma mulher forte sempre se identifica com outra. A grande inspiração de vida para a Marcia é uma pessoa bem próxima, sua aluna, Tanya Sudbrack, de 72 anos. Recentemente, Tanya perdeu seu marido, e mesmo com o baque, segue com bom humor e não falta uma aula. As duas não deixam de brindar a vida com um vinho e muitas risadas.
“Olho para Tanya e penso: é assim que quero estar daqui a alguns anos, ativa e dentro de uma sala de aula.”