*Por Felipe Donatto, nutricionista convidado pela Optimum Nutrition
Dentre as proteínas contidas no leite, a caseína (80%) e a proteína do soro do leite (20%), atualmente, são usadas de forma separada, pois possuem ações e velocidades distintas de absorção pelo organismo. Em especial, a caseína no Brasil, ao contrário do resto do mundo, é apontada como uma proteína inflamatória, teoricamente.
Porém, replicar informações que supostamente são “científicas”, sem se informar corretamente acerca da referência literária, é uma negligência do nutricionista. Quando se procura embasamento para tal ação da caseína não há confirmação no meio científico. Primeiramente que, se o individuo ja possui algum tipo de intolerância as proteínas do leite, claramente não deve fazer uso delas.
Entretanto, as proteínas foram desenvolvidas para pessoas saudáveis, sendo que, em estudos científicos controlados, encontramos resultados que a proteína caseína é superior à soja em suportar o perfil para ganho de massa muscular, ou seja, é superior em fornecer aminoácidos necessários para ganho de massa muscular, em repouso de indivíduos saudáveis, e pode melhorar este ganho em pacientes hospitalizados com doença pulmonar obstrutiva crônica.
Por se tratar de uma proteína de digestão mais lenta e que sustenta por mais tempo as concentrações de aminoácidos no sangue, ela pode ser usada em situações em que o indivíduo não tolera algumas formas de proteína mais complexas, mas pode “beber” uma dose de caseína isolada e inibir a perda de massa corporal.
Seria contraditório afirmar que a caseína é uma proteína de má qualidade, sendo que, cientificamente, ela mostra resultados positivos na saúde. Dessa forma, o nutricionista deve estar em constante atualização científica, para informar e educar corretamente seus pacientes na prática clínica.