A diabetes é um problema crônico que, além de acometer os adultos, também afeta as crianças brasileiras. O Brasil ocupa o 5° lugar no ranking de incidência de diabetes no mundo e, de acordo com dados divulgados pela Biblioteca Virtual de Saúde, pelo menos 1,1 milhão de crianças e adolescentes com menos de 20 anos têm o diagnóstico do tipo 1 no país. 

As consequências desse problema para as crianças estão no maior risco de ter cetoacidose diabética, complicação mais frequente que leva a um quadro grave, necessitando, na maioria das vezes, de internação em UTI. Além disso, o pequeno terá uma doença crônica, que demanda controle para o resto da vida e o uso de insulina.

Entenda mais sobre o impacto da diabetes infantil, como identificá-la e o que é possível fazer para controlá-la. 

Como diagnosticar e prevenir a diabetes infantil

De acordo com Pedro Cavalcante, pediatra e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, o diagnóstico é feito por meio da análise da dosagem da glicemia, em jejum, ou após um teste de tolerância oral de glicose. Diante de um resultado alterado, é possível considerar a criança diabética. “Nesses casos, recomendamos uma mudança de hábitos da criança e da família, que envolve alimentação e a prática de alguma atividade física”, explica o médico.

Pensando na prevenção, o desenvolvimento da diabetes da infância pode ser evitado, mesmo que o fator genético seja muito forte. “Uma alimentação saudável, balanceada, mais natural, evitando alimentos ultraprocessados e industrializados e excesso de açúcar, além de ter uma vida ativa, ajuda a minimizar os riscos. É sem dúvidas um processo longo que precisa do apoio total da família”, orienta Cavalcante. 

Sinais de atenção para a diabetes infantil

Caso a criança apresente alguns dos sinais clássicos, como urinar muito, beber água excessivamente, comer muito e perder muito peso, leve-o ao pediatra e peça a avaliação necessária.

A importância do exercício físico na saúde infantil

As atividades físicas fortalecem os músculos e as articulações, favorecem o desenvolvimento motor, oferecem mais equilíbrio e noção do corpo e espaço, auxiliando também o raciocínio lógico e a tomada de decisões. Quando o exercício é  praticado desde cedo, os pequenos terão a oportunidade de criar hábitos saudáveis e aumentar as chances de mantê-los durante toda a vida.

Para as crianças diabéticas especialmente, Michelle Stracke, Master Trainer da Bodytech e profissional de educação física, salienta a importância da atividade física: “estudos demonstram que as atividades predominantemente aeróbias e de intensidade moderada, como esportes recreativos, podem ser eficazes para o controle do perfil metabólico e lipídico associado às complicações de diabetes, melhorando a qualidade de vida de pacientes pediátricos com essa doença”. 

As atividades mais indicadas para as crianças

De acordo com Michelle Stracke, durante os primeiros anos de vida, são indicadas atividades que tragam oportunidade de explorar o corpo e o espaço, da forma mais natural possível. Estímulos no solo e na piscina são excelentes exercícios.

Já por volta dos 6 anos, são indicados movimentos que ajudam a explorar espaço e deslocamentos, como, por exemplo, correr, saltar, pular corda, andar de bicicleta e subir em árvores. “Sair do parado para movimentar-se é o que importa. Pode ser na natação, judô, ballet e pequenos circuitos. Todas essas atividades são temas a serem norteados pela fase de desenvolvimento”, afirma a especialista.

Após os 6 anos, quando as habilidades motoras começam a obter o amadurecimento, o indicado é combinar padrões de motores maduros, de forma leve e sem prejudicar o crescimento e o desenvolvimento do pequeno. “Uma criança com corpo vivido se apropria de si e torna-se uma pessoa mais consciente e confiante”, finaliza a instrutora.