Para conquistar aquele corpo sarado e com os músculos bem definidos é preciso muito treino e uma dieta bem balanceada. Na rotina de alimentação de quem quer virar “monstro”, a proteína é ingrediente principal, seja nas refeições ou na suplementação. Mas você sabia que o excesso dessa enzima no organismo pode ser prejudicial à saúde e causar doenças?

É muito comum ver pessoas que treinam diariamente consumir carnes, ovos, grão de bico e quinoa em grande quantidade. Isso acontece pois esses alimentos são ricos em proteínas essenciais para o reparo muscular e estímulo à hipertrofia. Essa macromolécula passa por um processo de quebra no sistema gastrointestinal e é absorvida na forma de aminoácidos livres no intestino.

Atletas que consomem pouca proteína acabam com um balanço nitrogenado negativo, que resulta em catabolismo (ou ruptura) dessa enzima e recuperação mais lenta. Ao longo do tempo, a baixa ingestão resulta em diminuição de massa muscular, lesões, dor e intolerância ao treino. Mas, por outro lado, o alto consumo pode causar envelhecimento das células.

Estudo desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com universidades da Austrália e Inglaterra, indica que exagero de proteína pode causar prejuízo à saúde

A bióloga e professora que encabeçou a pesquisa, Viviane Alves, aponta que, quando há um excesso de proteína esporádico para a célula, ela consegue manipular bem, mas, se isso for recorrente, não existe manipulação e nem metabolização adequada.

De acordo com reportagem transmitida pelo Jornal Hoje, da Rede Globo, a cientista explica que esse processo é como se célula apresentasse uma pane e ela começasse a mostrar certo estado de exaustão, o que pode ocasionar o aparecimento de doenças tradicionalmente associadas à velhice, como o Alzheimer.

Qual a quantidade necessária de proteínas para uma pessoa adulta e saudável?

A endocrinologista Priscilla Martins indica que a ingestão depende do nível de atividade. Em pessoas pouco ativas, a ingestão de 0,8 e 1,0 g/Kg por dia de proteína é suficiente, mas, para as que praticam atividades físicas, recomenda-se o consumo de 1,2 a 2,0 g/Kg por dia para formar e manter os músculos.

Uma refeição ideal para uma pessoa de 60 Kg, por exemplo, precisa ter 50g de arroz/ 10g de proteína; 50g de feijão/ 5g de proteína; 140g de frango/ 45g de proteína. Nesse prato há enzimas protéicas suficientes para um dia inteiro. E que tal fazer umas contas? Quantos ovos você inclui no seu plano de alimentação diário, já que uma unidade possui 7g de proteína?

Priscilla concorda que o exagero na quantidade de proteína não é necessário e pode ser prejudicial. Porém, segundo ela, vários estudos mostram que consumir uma quantidade maior de proteína (2,0 g/Kg), para pessoas que não apresentem contra-indicações, é seguro e pode ser benéfico, especialmente para quem pratica atividades físicas, crianças e idosos.

“Seria muito precipitado e irresponsável afirmar, com um estudo experimental, que a ingestão de maior quantidade de proteína cause doenças relacionadas ao envelhecimento. Na minha prática clínica, o que observo, é que as pessoas consomem menos proteínas do que o recomendado e isso traz consequências graves como a sarcopenia (diminuição de massa muscular)”, contesta a médica.

Crianças e idosos são os que mais precisam ingerir proteínas em boa quantidade

A matéria transmitida pelo Jornal Hoje e Priscilla Martins afirmam que é muito importante a ingestão dessas macromoléculas na infância e na velhice, pois são fases da vida que necessitam de um auxílio maior na construção e reconstrução muscular, respectivamente.  

“Um dos maiores problemas da população idosa, que gera consequências metabólicas, como maior predisposição a diabetes e colesterol alto, e de locomoção, como diminuição de autonomia e aumento do risco de osteoporose e fraturas, é a perda da massa muscular. Na infância, os aminoácidos provenientes das proteínas são muito importantes para o crescimento e desenvolvimento de músculos”, completa.

Independente da idade ou do estilo de vida, é essencial que crianças, adultos e idosos tenham uma alimentação equilibrada com todos os nutrientes, vitaminas e proteínas adequados às necessidades de cada um. Mas, se houver um objetivo específico e for preciso consumir maiores ou menores doses de alimentos na dieta diária, consulte um nutricionista ou um médico. Tenha o acompanhamento preciso, cuide bem da saúde e respeite os limites do corpo sem exageros.