Muitas vezes quem começa a fazer atividade física com o intuito de emagrecer acaba não vendo a diferença que esperava na balança. Com a prática de exercícios físicos, principalmente aqueles que promovem força muscular, é possível observar não só a diminuição da gordura corporal, mas também o aumento de massa magra. Isso acaba reduzindo a perda de peso na balança, mas não significa que você não está emagrecendo.

A massa corpórea é separada de duas formas: a gorda e a livre de gordura. A primeira é composta pela gordura de todas as fontes do corpo, incluindo o cérebro, esqueleto e tecido adiposo, já a segunda inclui água, proteína e componentes minerais. Embora a livre seja usada para se referir à massa corporal magra, a terminologia não é a mesma. Massa corporal magra é músculo, explica a nutricionista e membro da Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN), Luna Azevedo.

Corpo aparentemente magro não é sinônimo de corpo saudável

Todo corpo esteticamente magro é saudável? Nem sempre! Há uma diferença entre aparentar ter um biotipo esguio e ter um índice positivo de massa magra corporal. Essa diferença pode revelar o quão em dia a sua saúde está.

É comum ver pessoas aparentemente magras, que são sedentárias e têm taxas altas de gordura e baixas de massa muscular. De acordo com Luna, esse perfil influencia diretamente na saúde a longo prazo, pois o tecido adiposo secreta citocinas pró-inflamatórias e os efeitos incluem uma resistência à insulina, aumento de colesterol, perda de proteínas musculares e estresse oxidativo. Doenças como diabetes e distúrbios cardiovasculares podem ser provenientes desse processo de inflamações.

Mas existem caminhos para transformar esse quadro e a união de atividade física e alimentação balanceada é o combo ideal. Luna afirma que para ganhar massa magra é preciso adotar treinamentos de força. Já em relação à alimentação, a especialista explica que uma alimentação com carboidratos complexos, como os grãos integrais, leguminosas (feijões, lentilha, grão de bico), aveia, frutas, tubérculos é essencial, porque os carboidratos são combustíveis importantes para a atividade desportiva. E a ingestão de proteínas é um estímulo fundamental para a preservação e aumento da massa muscular.

Alimentos ultraprocessados como biscoitos recheados, salgadinhos, iogurtes, embutidos, alguns sucos de frutas de caixas (por causa da grande quantidade de açúcar refinado), frituras e massas de farinha branca são vilões para quem busca ganhar massa magra e diminuir retenção de líquido. Eles apresentam grandes quantidades de sal necessárias para estender a duração dos produtos e intensificar o sabor e, por isso, tendem a ser muito pobres em fibras, vitaminas e minerais.

Ficou na curiosidade para conseguir as taxas de gordura corpórea e pensou em usar os cálculos do Índice de Massa Corporal (IMC)? Segundo a nutricionista, isso não vai dar muito certo. O IMC mede a gordura corporal por meio de uma fórmula usando apenas a altura e peso, que não estabelece onde a massa corporal está concentrada. Os atletas, por exemplo, possuem a massa corporal maior em decorrência de massa muscular e o índice desses indivíduos é mais elevado por conta disso.

Há métodos que avaliam a composição corporal que são mais comumente usados como a bioimpedância e a medição de dobras cutâneas para estimar a porcentagem de gordura corporal. Nossa dica: procure sempre um nutricionista ou endocrinologista para te orientar no cuidado com a alimentação, avaliando suas taxas de massa e gordura corporal e de um profissional da educação física para montar os treinos adequados aos seus objetivos.