O médico Drauzio Varella, 73 anos, tem uma vida corrida: ele é oncologista, faz trabalho voluntário em prisões, pesquisa o uso medicinal de espécies amazônicas e grava para a televisão. Para aliviar o estresse, no entanto, ele não para. Pelo contrário: corre mais ainda. Desta vez, literalmente.
Corredor há 20 anos, já participou de 20 maratonas e conta que é o esporte que dá o gás para que consiga encarar suas tarefas diárias: “Cumprir tantos compromissos sem deixar de cuidar das necessidades dos pacientes com câncer que dependem de mim seria de enlouquecer se eu não fosse corredor. Controlar a ansiedade gerada por tantas solicitações, o estresse de atendê-las numa cidade com as características de São Paulo e manter o preparo físico necessário para os deslocamentos e as viagens de vai e volta em 24 horas que sou obrigado a fazer exige disciplina, equilíbrio psicológico e uma paz de espírito que só descobri ao correr.”
Para ele, sua vida mudou depois que começou a praticar o esporte: “Impossível imaginar quem eu seria hoje se não tivesse começado a correr”.
Em “Correr – o exercício, a cidade e o desafio da maratona” (Companhia das Letras, 208 págs., R$ 29,90), o médico relata por que abandonou o sedentarismo e como foi a sua primeira maratona. Com passagens históricas, fala sobre a sua origem na Grécia antiga e traz informações médicas sobre a prática.