No mês passado, participei do revezamento da Tocha Olímpica aqui em Brasília. Foi um momento único e especial pra mim… Quantas pessoas no mundo gostariam de poder fazer parte disso e eu fui uma das escolhidas pra participar? Na verdade, foi ainda mais especial, pois acompanhei o trajeto da Chama Olimpíca desde a sua passada por Genebra, na Suíça, quando, pela primeira vez, a Chama entrou na ONU. E eu não só estava presente como também fiz um discurso em meio a tanta gente importante… Pensem, um discurso na sede da ONU!
Bem, a chama saiu de lá em direção a Brasília e, quando chegou na minha cidade, na Capital Federal, foi recepcionada em um grande evento na presença da presidente da República e mais um monte de atletas, personalidades. Inclusive eu também estava lá. E foi ali que se deu início a toda a caminhada da Chama, nas mãos da jogadora de vôlei Fabiola e, mais tarde, nas minhas!
Vocês têm noção de como aquele momento foi especial? Essa Tocha que carreguei em minhas mãos vai dar início aos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, e, levando em consideração a quantidade de gente neste mundo, pouquíssimas pessoas puderam fazer parte disso.
Bom, já que não é todo mundo que pode viver um momento como aquele, vou aproveitar pra contar um pouquinho pra vocês como foi.
Depois de ter participado da cerimônia que deu início à caminhada da Tocha, segui para o meu ponto de encontro, que seria no Corpo de Bombeiros do Setor de Indústrias e Abastecimento. Quando cheguei lá, recebi instruções de como a tocha deveria ser carregada, como seria o momento do “beijo da tocha” (quando uma pessoa passa o fogo para a outra) e algumas normas de segurança, afinal estávamos mexendo com fogo haha!
Lá também recebi meu uniforme de condutora, que ficou enorme em mim, diga-se de passagem, mas acontece! Entramos em um microônibus com mais 5 condutores e dois “ guias”. Ficamos esperando chegar o comboio com a festa da Tocha, que, no caso, eram os carros dos patrocinadores com música e muita festa.
Aos poucos, o microônibus foi deixando um por um em seu ponto de partida. O meu era o 35º e, quando desci do ônibus com a Tocha na mão para ficar esperando o outro condutor, muitas pessoas vieram tirar fotos comigo e, claro, com a estrela principal, a Tocha. Pode parecer algo simples segurar uma tocha e tudo mais, mas eu estava mesmo muito nervosa.
Aos poucos, comecei a ouvir a música dos carros de apoio e as sirenes das motos dos policiais que estavam escoltando o evento. Naquele momento, me posicionei no meio da rua e então o tão aguardado momento aconteceu: recebi a Chama em minha Tocha e segui por 200 metros (Exatamente!! É só isso mesmo, mas parece uma maratona de tanta emoção) conduzindo a chama até passar para o próximo condutor. Como disse, são só 200 metros, então tudo acontece muito rápido, mas esse pouco tempo com certeza vai marcar pra sempre minha vida. Quer ver mais fotos do dia? Entra lá no meu Instagram.
Até a próxima e bons treinos. Rumo ao Rio 2016!
*Natalia Mayara é atleta de Tênis em Cadeira de Rodas. Acumula diversos títulos nacionais e sul-americanos, sendo hoje a 24ª colocada no ranking da ITF. Atualmente é campeã ParaPan-Americana de simples e duplas e seu foco agora são os Jogos Paralímpicos Rio 2016. Acompanhe a Nati nas redes sociais (@natalia_mayara no instagram ou sua fanpage Natalia Mayara).