No dia 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. A data é um marco na luta por direitos e por melhores condições de vida para metade da população do mundo. Como a saúde é um bem essencial para uma vida melhor e fazer exercícios é um caminho para mantê-la, conversamos com uma médica e uma educadora física sobre especificidades da saúde feminina.

Todo exercício conta

Se antes, os exercícios eram exclusivamente associados à nutrição na promoção de melhorias na qualidade de vida, hoje já há estudos que comprovam a eficácia das atividades físicas independente da dieta. “A atividade física é um fator independente de proteção a doenças, especialmente ao câncer. Redução do estresse, equilíbrio hormonal, perda de peso e liberação de endorfina são efeitos de se exercitar que auxiliam na imunização do organismo”, comenta a epidemiologista Liz Maria Almeida, do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Outra crença que foi cientificamente revista é relacionada ao tempo dedicado à prática. “Antes, falava-se em uma hora de exercício por dia e novos estudos já mostram que quantidades menores de tempo também trazem benefícios. Claro, tanto a alimentação quanto a quantidade de tempo precisam obedecer a um equilíbrio”, comenta a médica.

A rotina atribulada como obstáculo

Mas nem sempre parece tão simples arrumar tempo para praticar alguma atividade física em meio a tantas outras obrigações. “Hoje em dia, muitas mulheres exercem diversas funções relacionadas à casa, aos filhos e outros familiares e também ao trabalho. Então, as maiores dificuldades são criar um espaço na rotina e dar o primeiro passo. Muitas vezes a alegação para não adotar um estilo de vida mais ativo é a falta de tempo e o cansaço”, comenta a professora Master Training da BT Rapahella Brandão.

Mas mesmo em meio a tantos desafios, superar a barreira do primeiro passo depende mais de aspectos mentais do que físicos. “Antes de tudo, é preciso colocar a saúde como prioridade para que, então, com a rotina, o hábito seja criado. Por mais que a falta de tempo e o cansaço desanimem, há sempre opções para uma vida mais saudável. A Bodytech possui um programa pensado especificamente para pessoas que não tem muito tempo disponível, o BT Express”, explica Raphaella.

Colocar o corpo em movimento

O estilo de vida que homens e mulheres adotaram hoje, muito do que comemos e o ritmo de trabalho que é exigido de nós, são fatores de risco para a contração de diversas doenças. “O sedentarismo pesa no mesmo lado da balança desses fatores. Por isso, se exercitar é tão importante. Para equilibrar essa balança em favor da nossa saúde e bem-estar”, explica a médica do INCA.

Além da prática regular de exercícios, mudar hábitos no dia a dia que estimulem o movimento também provocam efeito positivo no organismo. “Mudanças de comportamento ajudam, e muito! Por exemplo, trocar o uso de elevadores e escadas rolantes por escadas, passear mais com o cachorro, brincar com crianças ao ar livre e buscar ficar menos tempo sentada são pequenas mudanças que fazem a diferença tanto no aspecto físico, quando na parte mental”, comenta a professora.

Prevenção é o caminho

Entre os cânceres mais presentes entre as mulheres, além do de mama, estão o câncer de colo de útero e o de cólon. Menos explorados em campanhas institucionais e nos meios de comunicação, os dois últimos citados têm em comum o fato de o acompanhamento médico ter o real efeito de prevenção. “Na mamografia, por exemplo, o que é identificado é um tumor, geralmente em estado inicial. Já o preventivo e na colonoscopia são exames capazes de identificar lesões pré-cancerígenas, o que permite tomar providências antes de avançarem para um câncer de colo de útero e de cólon, respectivamente”, explica a epidemiologista.

Por outro lado, um fenômeno observado em muitos consultórios é a prescrição excessiva de exames. Em alguns casos, em vez de auxiliar na prevenção, a prática acaba sendo uma ameaça à saúde das pacientes. “A radiação ionizante, presente na mamografia, por exemplo, é um fator de risco para o câncer. Por isso, é fundamental que o protocolo de frequência de exames do Ministério da Saúde seja seguido”, esclarece Liz.

Corpo e mente sãos

Além dos resultados no corpo, se exercitar é uma ferramenta para lidar com as emoções, sentimentos e pressões do dia a dia, o que gera efeitos de longo prazo. “A atividade física acaba tendo efeitos em outros aspectos da saúde. A mulher que começa a se exercitar fica mais estimulada a mudar a dieta, começa a pensar em parar de fumar, optar por subir de escada, fazer caminhadas em vez de usar transportes. Tudo isso tem efeitos positivos na saúde de uma forma geral”, explica Liz.

“A principal mudança que noto na vida das mulheres que saem do sedentarismo completo e conseguem se engajar numa atividade física é a disposição para realizar as tarefas do dia, sentindo menos cansaço ao final do dia. Com a regularidade, os exercícios trazem benefícios como a melhora da saúde cardiovascular e de outros marcadores fisiológicos conduzem a uma vida longeva e de qualidade, que é o mais importante”, comenta Raphaella.