No dia 29 de abril, comemora-se o Dia Internacional da Dança. E nada melhor do que dançar muito para celebrar. Estudos apontam que decorar uma coreografia, se mover de acordo com o ritmo da música e socializar são atividades que juntas podem preservar a saúde mental de idosos. A pesquisa foi divulgada no jornal New York Times (leia mais aqui) e apontou que dançar retarda mudanças no cérebro causadas pelo envelhecimento.
O estudo recrutou 174 pessoas entre 60 e 70 anos que levavam uma vida sedentária ou só se exercitavam de vez em quando. Os participantes passaram por testes e foram divididos em três grupos: o primeiro fez caminhadas, o segundo fez uma dieta e treinos de alongamento e o último grupo aprendeu a dançar.
Após seis meses, a maioria dos idosos teve uma perda na substância branca cerebral, área formada por células especializadas em transportar as mensagens de um neurônio para o outro. Em cérebros jovens, a transmissão acontece em alta velocidade, já em pessoas mais velhas, as mensagens chegam mais devagar. A pesquisa mostrou que essa perda foi ainda maior entre homens e mulheres com mais idade e que passaram mais anos sem se exercitar.
O que mais surpreendeu nos resultados foi o fato de que só o grupo que fez aulas de dança não sofreu perdas na substância branca e até mostrou uma melhora na região. De acordo com os pesquisadores, provavelmente as demandas cognitivas que a dança exigiu ao longo de meio ano, como aprender e decorar uma coreografia, foram capazes de influenciar a bioquímica cerebral.
Curiosamente, nenhuma mudança na matéria da substância branca dos participantes se refletiu nos testes cognitivos. Todos mostraram melhoras em avaliações que mediram o raciocínio e a velocidade do pensamento depois de seis meses de atividades físicas regulares. A suspeita dos neurocientistas é que essas mudanças no tecido atinjam a memória e o pensamento em um prazo maior que o avaliado na pesquisa.
Na visão de Agnieszka Z. Burzynska, neurocientista e uma das autoras da pesquisa, os resultados comprovam a importância do exercício físico para saúde não só do corpo, mas também mental. “Nós devemos tentar não ser sedentários. As pessoas que vieram participar do nosso estudo e já faziam exercício antes mostraram um declínio menor da substância branca do cérebro”, pontuou.