O estilo de vida da população mundial vem sofrendo uma série de mudanças. O aparecimento de novos produtos, serviços, tecnologias, o aumento da insegurança, violência e a progressiva redução dos espaços urbanos livres para o lazer são alguns dos fatores que têm contribuído para que pessoas adotem um estilo de vida cada vez mais sedentário, atingindo também crianças e adolescentes.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a obesidade na infância e adolescência é considerada uma pandemia, acarretando elevados custos para os sistemas de cuidado à saúde em todo mundo. A obesidade durante essa fase tem consequências adversas sobre a mortalidade precoce e morbidade física na idade adulta a curto e longo prazo.
Benefícios de se movimentar
A prática de atividade física regular na infância e adolescência proporciona inúmeros benefícios relacionados à saúde física, tais como: controle do peso, melhora da capacidade cardiorrespiratória e desenvolvimento do sistema muscular e esquelético. Além disso, tem crescido o número de estudos científicos que comprovam os efeitos positivos da atividade física regular nos âmbitos cognitivos e emocionais.
A prática de esportes é importante para desenvolvimento social de crianças e adolescentes uma vez que promove o aprendizado de regras da modalidade, possibilitando o aprendizado do relacionamento com o outro, o ouvir e ser ouvido, trabalhar em grupo, tomar decisões, gerenciar as frustrações e solucionar problemas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde em uma pesquisa realizada em 2016, 81% dos adolescentes, entre 11 e 17 anos, não cumprem as recomendações relacionadas à prática de atividade física e essa situação chama ainda mais a atenção entre as meninas: 85% são sedentárias.
Recomendações gerais
1) Acumular pelo menos 60 minutos diários de atividades físicas de intensidade moderada a vigorosa;
2) Quantidades superiores a 60 minutos de atividade física acarretam benefícios adicionais para a saúde;
3) Atividades de intensidade vigorosa, que auxiliam no fortalecimento de músculos e ossos, devem ser realizadas pelo menos três vezes por semana;
4) Participar de uma variedade de atividades físicas agradáveis e seguras que contribuam para o desenvolvimento natural.
O que a família pode fazer
– Participe ativamente da vida de seus filhos. Converse com o médico e o profissional de Educação Física que faz o acompanhamento deles de como ajudá-lo/orientá-lo a aumentar a prática de atividade física e tornar-se fisicamente ativo;
– Estudos revelam que filhos de pais ativos podem ter até seis vezes mais chances de serem ativos quando comparados a filhos de pais sedentários. Reserve um momento durante a semana ou aos finais de semana para praticar atividades físicas em comum, pode ser andar de bicicleta, uma caminhada ou jogar bola;
– Estimule e permita que seus filhos participem de jogos ou esportes, ressaltando que é muito importante que o adolescente escolha qual atividade praticar, uma vez que escolhendo a modalidade que mais se identifica, favorece a regularidade nas aulas, a dedicação e a satisfação com a prática da modalidade escolhida;
-É importante ficar atento ao tempo que passam em atividades sedentárias. Evite que fiquem mais de duas horas por dia sentados, assistindo televisão e jogando videogame.
Lembrando sempre que começar aos poucos é fundamental, principalmente se o adolescente não possui um estilo de vida ativo e saudável, ter a orientação de um bom profissional e ser um exemplo para seus filhos. O exemplo vale mais que muitas palavras.
REFERÊNCIAS
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. Atividade física na infância e na adolescência: guia prático para o pediatra. Rio de Janeiro: SBP; 2008.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Grupo de Trabalho em Atividade Física. Promoção da Atividade Física na Infância e Adolescência: manual de orientação. Rio de Janeiro: SBP; 2017.