*Por Leonardo Matta Pereira, profissional de educação física convidado pela Optimum Nutrition
Quando falo em palestras sobre hipertrofia muscular e treinamento de força, muitos pensam no jovem atlético e no fisiculturista. O controle do treinamento, porém, vai além, e estudos demonstram o real impacto benéfico do exercício físico nas adaptações neuromusculares ao treinamento de força e concorrente em homens idosos.
Por natureza, o envelhecimento traz consigo uma redução na capacidade física dos idosos, que ficam mais propensos a problemas graves advindos da redução da mobilidade e do equilíbrio, além da perda da independência e da capacidade funcional. Ações corriqueiras, como subir alguns degraus de uma escada, apanhar um objeto do chão, pegar uma condução, entre outras, tornam-se, além de penosas, perigosas.
Dentro da temática do envelhecimento, estudos demonstram a importância do exercício físico nessa fase, como evidenciado na revista científica Journal of the American Medical Association, que traz uma pesquisa que aborda diretamente esta questão. Foram avaliados, por um período médio de 2,6 anos, 1635 voluntários, homens e mulheres sedentários, com idades de 70 a 89 anos. Os voluntários foram divididos em dois grupos: um que faria exercícios físicos regulares, como caminhadas e exercícios de flexibilidade e resistência, e um que recebeu o Programa de Educação para a Saúde na Velhice – um projeto de ressocialização do idoso com o intuito de aumentar a atividade de vida diária e a capacidade funcional do idoso.
O principal objetivo foi avaliar a capacidade de movimentação, medida pela habilidade do indivíduo de completar um percurso de 400 metros em um período de 15 minutos, sem parar para sentar ou pedir ajuda para outra pessoa.
Os resultados apontaram que o grupo submetido à atividade física teve, estatisticamente, um desempenho significativamente maior que o grupo sem atividade física. Desses resultados pode-se concluir que programas de atividade física regular podem, além de melhorar a mobilidade e funcionalidade, aumentar a autonomia do idoso, reduzindo as mazelas motoras do envelhecimento.
Além disso, diversos estudos demonstraram que idosos submetidos ao Treinamento de Força exclusivo (TF) apresentam aumento na força, potência, ativação e massa muscular. A melhora na força decorrente do TF pode ser explicada através de adaptações neurais e morfológicas. As principais adaptações neurais ao TF consistem no aumento no recrutamento das Unidades Motoras (UMs), bem como no aumento na frequência de disparo das UMs, o que seria um bom prognóstico para a prevenção e tratamento de doenças neurodegenerativas.
Com base nos estudos citados acima, vale salientar a importância do exercício físico para a redução dos malefícios causados pelo envelhecimento, prevenção e tratamento de doenças crônicas degenerativas, como a atrofia muscular por desnervação e doenças de cunhos neurais como o Alzheimer, Parkinson e Demência. Os benefícios são sugeridos por decorrência das adaptações que resultam do treinamento.