A prática de atividade física regular traz inúmeros benefícios, como melhoria da memória, concentração, bem-estar, fortalecimento de músculos e combate ao estresse. E a maioria destes impactos positivos têm relação com os hormônios.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, tanto o exercício resistido quanto o exercício aeróbio são indicados para manter o equilíbrio hormonal. Os exercícios resistidos, geralmente, são realizados com o uso de pesos e têm como benefícios o desenvolvimento de potência, resistência muscular e aumento de massa magra. Já os aeróbios são importantes para melhorar o sistema cardiorrespiratório. “É recomendado realizar os dois tipos de exercícios, pois eles se complementam. Segundo a OMS, é necessário praticar atividade física pelo menos 150 minutos por semana, por exemplo, 50 minutos, 3 vezes por semana, ou 30 minutos, 5 vezes na semana”, explica Maria Fernanda Barca, doutora em endocrinologia pela FMUSP.
Como os exercícios ajudam a equilibrar os hormônios?
Fazer uma atividade regularmente ajuda na prevenção e no tratamento de doenças endócrinas como a obesidade, diabetes e síndrome de ovários policísticos, através de seu efeito antioxidante e por reduzir a resistência à insulina. Além disso, o exercício adequado aumenta de forma positiva o GH (hormônio do crescimento) e a testosterona, que estão relacionados ao processo de ganho de massa magra. A rotina de movimento também pode equilibrar a progesterona, aliada do controle de peso e da drenagem de energia.
“O GH é responsável pela queima de gordura. Além disso, é um grande agente anabólico. Sua liberação acontece em maior quantidade durante atividades mais intensas”, esclarece Barca. O exercício também reduz a insulina e os níveis se normalizam, mantendo o cortisol (outro hormônio da gordura) sob controle”.
Quais hormônios são equilibrados com a prática de exercícios?
Ainda de acordo com a médica, alguns hormônios são produzidos e liberados assim que o exercício começa, e a endorfina é um deles. Esse hormônio é responsável pela sensação de prazer e bem-estar e é liberado durante o exercício físico, trazendo mais alívio e relaxamento. Outros hormônios são impactados pela atividade muscular, são eles: o cortisol, a insulina e a testosterona. O cortisol aumenta durante o exercício, junto com a adrenalina, permitindo suportar o desafio do exercício, e acaba por modular a imunidade, otimizando a resposta inflamatória. O aumento da interleucina também regula a imunidade. A secreção de interleucina 6 melhora a secreção de GLP 1- hormônio fisiológico que tem múltiplas ações na regulação do apetite e da glicose – e este, por sua vez, melhora a secreção de insulina.
O exercício também melhora a sensibilidade do corpo à insulina, conseguindo secretar melhor, além de necessitar menos dela – já que o corpo se torna mais sensível à sua ação, o que contribui na prevenção da diabetes.Já a testosterona é de vital importância para todos, homens e mulheres. Ela constrói músculos, queima gordura, aumenta a energia e o desejo sexual. Além desses, outro hormônio importante é a irisina, produzida pelo músculo esquelético. “Ela é muito importante porque ajuda no emagrecimento, é termogênica e anti-inflamatória, facilitando a ação da insulina e melhorando o metabolismo de uma forma geral”, explica a endocrinologista.
Como andam seus hormônios?
Os hormônios são essenciais para o funcionamento do nosso corpo. Isso porque são responsáveis por inúmeras funções, tais quais fornecer energia, regular o crescimento e controlar níveis de sal e açúcar no organismo. Dessa forma, quando existem problemas hormonais, eles podem afetar diversas áreas da vida. A melhor maneira de identificar se tudo está indo bem é fazer o acompanhamento médico como recomendado para cada faixa-etária de olho na prevenção.
É necessário ficar atento também a alguns sintomas de desequilíbrio hormonal, tais como: ganho ou perda de peso; dificuldade para dormir; sensibilidade a mudanças de temperatura; alterações na frequência cardíaca e/ou pressão arterial; alterações no açúcar no sangue; mudanças no apetite; fragilidade nos ossos; ansiedade; mudanças de humor; fadiga; redução do desejo sexual; infertilidade. Para as mulheres, por exemplo, é importante também prestar atenção em possíveis irregularidades no ciclo menstrual.