No mês da mulher, o Blog da Bodytech abre espaço para cinco mulheres da nossa equipe falarem sobre rotina, carreira, família, desejos e desafios. Com idades, cargos e origens diferentes, elas compartilham suas histórias para nos encher de inspiração. A primeira da série é Clóvia Sant’Anna, coordenadora de Serviço de Atendimento ao Cliente da Bodytech Company.

Liberdade para ser quem ela mais sonhou ser, sem se importar com rótulos e estereótipos. Ela chega, cria, desenvolve e revoluciona. Mostra que pode transpor barreiras e concretizar seus sonhos. Clóvia Sant’Anna, de 39 anos, é mulher, mãe, filha, irmã de oito, pedagoga, pós-graduada em Gestão Empresarial e coordenadora do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) da Bodytech Company.

Na família, ela é vista como a diferente por gostar de estudar e buscar seu próprio espaço em uma sociedade que não basta só querer ou merecer para ter. Entre os seus, é a primeira a fazer faculdade e ensino médio. Tornou-se exceção em meio a tantas regras.

Moradora, nascida e criada em Duque de Caxias, bairro da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, Clovia sempre se cobrou muito para ser muito boa em tudo que se propõe a fazer e em toda oportunidade, reforça sua história e suas origens para impulsionar outras mulheres.

“Como mulher, eu nunca me sinto satisfeita, porque isso me faz acomodar. Venho de uma família grande, humilde e que vive em meio a grandes desafios. Aprendi a ser assim. Insatisfação é a minha motivação do dia a dia para alcançar grandes sonhos”.

A maior dificuldade, no ponto de vista dela, sempre foi ingressar no mercado de trabalho. Mulher e negra, o grau de adversidade sempre foi dobrado. Em situações de disputa por uma vaga de emprego, Clovia se via deixada de lado quando o concorrente era um homem. Quando mencionava ser mãe solo, a reação sempre era negativa.

A pedagoga entrou na Bodytech em 2016, como supervisora, e foi promovida à coordenadora dois anos depois.  Sua atuação foi fundamental para construir o setor de relacionamento dentro da empresa.  Hoje ela está à frente do atendimento aos clientes das três marcas da Bodytech Company com autonomia e confiança.

Clovia destaca que o convívio empresarial contribuiu – e continua a colaborar – muito para o seu crescimento. Ela roda o Brasil liderando treinamentos para recepcionistas, equipe que fica na linha de frente da companhia. Baita responsabilidade que ela assume bem à vontade. A segurança de hoje é fruto de várias outras experiências, quando ela já desenvolvia seu talento para acolher pessoas e resolver conflitos.

“Meu primeiro emprego foi numa rede de fast food, pra pagar minha formatura do ensino médio, e o segundo foi como operadora de caixa de supermercado, para arcar com os custos do meu primeiro casamento, aos 19 anos. Não tenho vergonha de dizer isso. Estudei muito e hoje me valorizo pra caramba por ter conquistado tudo isso”. 

“Podem achar que eu não sou capaz de ocupar um cargo de gestão dentro de uma grande empresa por eu ser negra, ter o meu cabelo natural, ter um estilo que remete às minhas raízes africanas, usar as unhas grandes e não me encaixar em nenhum rótulo. Mas eu sou muito capaz sim e ninguém tem o direito de me dizer o contrário”.

A coordenadora de SAC também tem um grande desejo que acredita conseguir realizar um dia: criar um projeto social voltado às mulheres negras, que vivem em situações de vulnerabilidade social, que não possuem autonomia dentro de seus  relacionamentos amorosos e as que estão em condição carcerária. O objetivo é de instruí-las a não desistir, expor que há possibilidades na vida para além das suas realidades. Ela quer fazer por outras mulheres aquilo que precisou fazer por si mesma.

Recentemente, o filho de Clovia, Deyvid, 13, perguntou para ela qual era o sentido da vida. Por um instante, veio logo à mente dela dizer “você” – de acordo com ela, não deixa de ser verdade –, mas o que a motiva e a faz levantar da cama todo dia é a vontade de mostrar para a sociedade que há motivos para vencer. É possível sair de um lugar não favorável, ser bem- sucedida e se destacar no mercado de trabalho sendo negra e pobre.

“A gente mata hoje o leão que não matou ontem. E a educação é o caminho pra sair de qualquer situação ruim, seja ela qual for”, defende.

É dessa forma que a coordenadora de SAC da Bodytech Company conquista os espaços de fala e pertencimento que lhe cabem. A pessoa guerreira, positiva, amiga, líder e afetiva que Clovia transparece ser é só uma parcela da grande mulher que, aos quase 40 anos de idade, está refazendo a vida. Insatisfação é a força motriz dessa caxiense, que, buscando muitas coisas, na verdade, só quer uma: ser feliz.