O médico veterinário Sergio Lobato, 44 anos, tem uma história incrível de superação para dividir com a gente!

Há alguns anos, ele decidiu fazer a cirurgia bariátrica para sair dos 288 quilos. Hoje, com 172 quilos a menos (!) e 2 cirurgias vasculares e 3 plásticas para retirar o excesso de pele, ele, que treina na Bodytech Tijuca, diz ainda estar no meio do caminho. … “A vida muda, basta a gente querer!”

Veja o que ele tem a nos ensinar sobre perseverança!

– O que mais te incentivou pra essa mudança? Foi a estética ou a procura de uma vida mais saudável?
Essa é uma pergunta que todo mundo faz para quem decide mudar o rumo da vida, seja através da reeducação alimentar e atividade física ou da cirurgia de redução de estômago, que foi meu caso! Bem, a estética sempre está lá escondida nas nossas vontades e desejos mais íntimos, não tem como negar isso. Todo mundo quer se sentir bem, ser admirado, vestir uma roupa que goste. Mas, no meu caso, foi procurar, acima de tudo, mais do que uma vida saudável…ter vida! Eu tinha menos de 4 meses de vida pela frente, com todas as graves doenças desenvolvidas com anos de superobesidade, e ver as lágrimas descerem pelo rosto da minha mãe na hora em que o médico me disse isso…bem…ali foi meu momento de maior incentivo!

– Quando você decidiu adotar essas mudanças?
Logo após esse diagnóstico, tive a sorte de ter todas as equipes médicas me apoiando e me dando todo o suporte profissional e humano. Começamos os exames e, há 4 anos e 8 meses , (isso, claro, depois de 3 anos e 9 meses em tratamento pré-cirúrgico), consegui operar — era o paciente de maior risco e, logo ao sair do centro cirúrgico, meu clínico disse: “Vamos caminhar?” E ali eu comecei a caminhar… E percebi que a atividade física junto com a reeducação alimentar seria uma grande parceria no processo de resgate da minha vida, da minha independência, da minha liberdade de ir e vir, de minha saúde, e de minha autoestima. Mas ainda só me era permitido pequenas caminhadas. Comecei as atividades caminhando pelas ruas do bairro, e um dia cumpri uma promessa de conseguir dar a volta na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio. Nesse dia, chorei feito criança no ponto de chegada, pois antes eu levantava um braço e ficava sem fôlego, gelado, com dores pelo corpo e com a sensação de que iria desmaiar a qualquer momento. Mas ali vi que eu havia vencido aquele desafio… Chorei de felicidade!

– Em que ponto do seu objetivo você julga estar?
Estou no meio do caminho. Depois da cirurgia bariátrica, 2 cirurgias vasculares e 3 cirurgias plásticas para retirada dos excessos de pele, percebo que hoje estou mais feliz com os resultados ditos “estéticos”. Claro que trocamos a obesidade pelas cicatrizes, que são muitas, mas sabe de uma coisa? Prefiro as cicatrizes do que estar morto dentro de um “mega-large-caixão”! Ainda não tenho o famoso IMC de gente magra (tenho 30,87), mas confesso que mesmo os médicos e as pessoas dizendo que eu já venci essa batalha, ainda quero realizar o desejo de pesar ainda um pouco menos, e, claro, definir melhor o corpo apenas para que eu tenha saúde. Afinal, com 44 anos, não pretendo concorrer ao Garoto Fitness verão 2015! Rs!

– Qual é a maior dificuldade em manter esse estilo de vida?
Minha rotina de vida me faz viajar muito a trabalho, e manter a rotina dos exercícios e uma alimentação menos calórica é o maior desafio! Mas o mais legal é que as pessoas que me recepcionam nas cidades já sabem da minha luta e sempre me levam para almoçar em lugares mais saudáveis, sabem da minha rotina de comer de 3 em 3 horas e até pedem dicas! E eu sempre levo um par de tênis agora para caminhar ou fazer algum tipo de exercício, e isso é surreal para um cara que sempre foi o rei do sedentarismo e da preguiça! Claro que há dias em que me sinto desanimado, os fantasmas batem à porta do emocional e você pensa automaticamente no seu escape, na sua droga que era a comida. Isso as pessoas não entendem, que a comida pode ser tão ou mais perigosa que álcool, fumo ou drogas, pois uma pessoa pode viver e sobreviver sem eles… Mas sem comida? O meu vício está sempre ao meu lado, todo o tempo. Então me lembro de onde eu vim, das dores que senti, das humilhações em público, da vergonha, do meu olhar sempre triste e sem esperança nas fotos do passado e rapidamente retomo o foco e a vontade de ser alguém melhor!

– Você praticava que tipo de atividades?
Quando criança eu era apaixonado por natação, mas, como comecei a engordar ainda criança, (e crianças sabem ser cruéis quando querem), comecei a virar motivo de chacota no clube onde eu treinava. Como também não tinha muito apoio em casa, acabei me retraindo, e, sem forças para lutar contra aquelas humilhações, desisti. Hoje aqui na Bodytech é que digo ser o meu momento, pois faço coisas que eu jamais sonhei que um dia poderia fazer!!! Todas as minhas atividades são comunicadas a toda equipe médica que me acompanha até hoje, e, de posse dessas orientações, a equipe de professores cuida de mim a partir do momento em que chego na academia até a hora que vou embora! Atenção full time! Pegam no pé, mas com carinho e amizade!! Hoje eu tenho a minha série na musculação (importante demais para questões como saúde dos meus ossos e construção de minha massa magra), a aula de GAP em que eu trabalho as pernas depois de tantas cirurgias vasculares (e, de quebra, onde venho ganhando uma barriga chapada) e claro a Zumba, em que sou o único homem da turma. Mas nem me importo, pois sempre gostei de dançar. Além disso, como o aeróbico se fazia necessário, escolhi a Zumba onde extravaso o estresse do dia a dia! E, em breve, voltando para as aulas de Alongamento e Mat Pilates, para começar o dia bem! E ter essa recepção na Bodytech, bem, nem preciso dizer que, para alguém que sempre teve fobia de academia, gostar de ir e ainda de manhã cedo?! É… A vida muda, basta a gente querer! Meta? Ser feliz, saudável e brincar de ser fitness!