É na arena de ginástica artística da Bodytech Città América, no Rio, que bambolês, cordas, bolas e uma equipe atenta e experiente de professores transformam o mundo de crianças autistas. Liderado por Rodrigo Brivio e a pleno vapor há mais de 10 anos, o projeto hoje acolhe 200 autistas, entre crianças, adolescentes e adultos.
A certeza de que o trabalho feito com carinho e respeito dá certo chega de diferentes formas. A primeira, sem dúvidas, é através da mudança de comportamento dos pequenos que alçam voo e dão passos em direção à autonomia todos os dias. A outra forma vem através das conversas rápidas, que acontecem depois das aulas, entre equipe e pais. “Recebemos muitos retornos positivos de famílias que percebem a evolução, o ganho de autonomia, por conta das atividades que desenvolvemos aqui”, ressalta Rodrigo.
O resultado das aulas, ainda de acordo com o professor, é de médio a longo prazo. Mas ninguém tem pressa. O objetivo é ensinar crianças e adolescentes a se conectarem com as sensações do mundo, e isso requer paciência e respeito ao tempo de cada um. Para isso, são usadas diversas técnicas e materiais pedagógicos, sensoriais e terapêuticos, como formas geométricas e texturas, representadas por lixas de parede, plásticos bolha, caixas de areia e etc. “Antes do bambolê, da cama elástica ou da bola, existem movimentos básicos que precisam ser inseridos na vida daquela criança. Muitas delas chegam até nós sem nunca terem sido estimuladas a amarrar o próprio cadarço, a pegar um copo com a mão, a fechar o zíper da roupa, atividades muitas vezes compatíveis com sua faixa etária”, explica.
Adequar o que é trabalhado na academia com o que a escola está ensinando em cada fase é outra preocupação constante da equipe. “Se ele está aprendendo a contar de 1 a 10, se está aprendendo cores, nós incluímos esses elementos nas atividades por aqui”, esclarece Rodrigo.
Diante de tantos desafios, o esforço diário e a sensibilidade precisam caminhar juntos. De acordo com Brivio, a expectativa e a confiança depositadas pelas famílias nos professores são pesadas e aumentam muito a responsabilidade do projeto. “Fazemos de tudo para contribuir com o desenvolvimento de cada um deles”. E parece que a fórmula é realmente de sucesso. Vida longa à equipe do Rodrigo Brivio na BT Città!