Aprender uma nova atividade física pode transformar o cérebro de formas diferentes do que praticar atividades já conhecidas. Os dados são de uma pesquisa sobre os impactos da aprendizagem motora no cérebro, publicada no jornal “New York Times” (leia mais clicando aqui).

Segundo o estudo, nadar, andar de bicicleta ou fazer malabares, por exemplo, pode fortalecer o cérebro de um jeito que palavras cruzadas ou corridas diárias não farão.

Um experimento feito com ratos em 2014 apontou que, quando os animais foram introduzidos a um tipo complicado de roda de corrida, em que os degraus foram irregularmente espaçados de modo que os animais fossem obrigados a aprender um “novo passo”, seus cérebros mudaram significativamente.

Aprender a usar essas novas rodas levou a um aumento da mielinização de neurônios no córtex motor dos animais. Mielinização é o processo pelo qual as partes de uma célula do cérebro são isoladas, de forma que as mensagens entre os neurônios possam prosseguir mais rapidamente e sem problemas.

Os cientistas acreditavam que a mielinização no cérebro ocorria quase que exclusivamente durante a infância e que, depois dessa fase, ela diminuiria ou pararia completamente. Os animais correndo nas “rodas esquisitas”, entretanto, apresentaram aumentos notáveis no mielinização dos neurônios em seu córtex motor, mesmo eles sendo adultos.

“A maioria de nós faz pouco esforço para aprimorar as habilidades motoras na idade adulta, e muito poucos de nós tenta expandi-las, por exemplo, ao aprender um novo esporte”, afirmou John Krakauer, professor de neurologia e diretor do Centro para o Estudo da Aprendizagem Motora e Reparação Cerebral da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos.

Em outras palavras, aprender uma nova habilidade havia mudado o funcionamento interno do córtex motor dos animais adultos, enquanto que praticar um esporte que dominavam, não.