Transpirar é algo natural e necessário para a equilíbrio do corpo. Nos momentos em que exigimos mais do nosso organismo, como na prática de atividades físicas, situações de emoções extremas e no aumento da temperatura do ambiente, a tendência é suar com maior intensidade. Mesmo que a transpiração seja uma reação totalmente normal, escolhemos nos livrar do mau cheiro usando antitranspirantes.
Deixar de transpirar é uma boa opção?
Os produtos antitranspirantes agem criando uma película para que o suor não entre em contato com as bactérias da pele. Para que isso aconteça, é necessária a presença do alumínio na composição do produto, pois ele é o agente responsável pela obstrução dos poros impedindo a sudorese. De acordo com o dermatologista Bruno Burato, essa ação bloqueadora pode ser prejudicial, pois sem transpiração não há equilíbrio térmico e nem liberação de toxinas do corpo.
“Existem estudos que indicam que o alumínio pode ser muito nocivo para a saúde. Como as moléculas do composto são pequenas, elas conseguem penetrar na pele, chegando ao nosso sistema sanguíneo com facilidade. O acúmulo de metais pesados no organismo está associado a doenças inflamatórias, autoimunes e até ao câncer. Isso ocorre porque ao tentar se defender dos compostos químicos, o corpo passa por um processo inflamatório e, dependendo da gravidade, desencadeia doenças”, explica.
Esse é um dos motivos que leva algumas pessoas a buscar alternativas mais naturais para evitar os cheiro ruim na axila. Ainda que o Brasil ocupe o segundo lugar como país que mais usa desodorantes antitranspirantes, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o mercado tem oferecido opções menos agressivas à saúde da pele.
Além dos antitranspirantes
Bruno Burato explica que os os desodorantes de cristais são, provavelmente, a alternativa mais popular aos tradicionais. Muitas pessoas que decidem testar os alternativos começam pelas duas versões: pedra e spray. A ausência de fragrâncias e reações alérgicas, o não ressecamento da pele, baixo custo e alta duração são algumas das vantagens dessa opção. A principal desvantagem é que, no começo, pode ser difícil entender como utilizar a variante sólida de forma confortável, fora que a falta de uma essência não ajuda a mascarar o mau cheiro do corpo.
A versão em creme oferece mais benefícios se comparado a todos as outras. Como esperado, ele não possui alumínio ou qualquer composto derivado desse metal. Além disso, a maioria não possui álcool, não há necessidade de reaplicá-lo, mesmo depois de ir à academia ou tomar um banho, por ser resistente à água. Ele ainda evita o odor por até uma semana. Bruno ressalta que os efeitos variam de pessoa para pessoa e quem tem muito odor corporal pode não sentir os resultados durante os sete dias.
A dica do dermatologista é sempre olhar a composição do produto antes de comprá-lo. Alguns desodorantes em creme contêm parabenos — componente químico conservante — que são tóxicos e fazem mal à saúde, por isso é recomendado escolher os que não possuem essa ingrediente na fórmula. Ou seja, o creme pode ser produzido com vários compostos químicos artificiais, não sendo completamente orgânico.
Percentual máximo de alumínio
O médico da clínica Leger ainda afirma que é possível encontrar desodorantes com menor quantidade de alumínio nas farmácias. O percentual ideal é de, no máximo, 3% do metal na lista de componentes. Mas isso não é uma regra e nem uma imposição. Cada pessoa tem um ritmo de vida e reage às mudanças de temperatura e fatores do organismo de maneiras diferentes. A dica então é ficar atento aos rótulos e testar até encontrar a opção que mais se adapta às suas prioridades.
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