*Por Rodrigo Lucchesi, maratonista
Viajar, seja a trabalho ou a passeio, não é motivo para deixar a corrida de lado. Sempre dá para fazer algo que, ainda que não mantenha o treinamento no mesmo nível, ao menos serve para você não ficar parado.
As dicas abaixo vão te ajudar a parar de inventar desculpas para não treinar.
1. Antes de viajar, defina onde serão seus treinos: verifique se o hotel onde você vai ficar tem academia e esteira ou, se você for correr na rua, qual será o trajeto. Para isso, vale usar o Google Maps, conversar com pessoas que já foram para o mesmo destino, ou até perguntar na recepção do hotel. Na minha última viagem, por exemplo, nem conheci a academia do hotel. Corri na areia da praia e nas ruas em frente ao lugar em que estava hospedado.
2. Na hora de fazer as malas, não se esqueça da roupa e do tênis: faça a mala com antecedência para não esquecer o que você precisa para correr. Se for correr na rua não se esqueça do relógio, dos óculos e do boné (se for para algum lugar quente), nem de tudo mais que você usa normalmente. Não vale deixar pra trás a roupa para depois usar como motivo para não treinar!
3. Acorde 1 hora mais cedo: falta de tempo é o maior obstáculo para não treinar durante uma viagem. Quem viaja com filhos pequenos, então, tem um desafio a mais, pois eles necessitam de atenção constante. O que funciona melhor para mim é acordar uma hora antes das outras pessoas que estão viajando comigo para treinar sem prejudicar a programação do dia. Outra opção, caso a programação do dia não acabe tarde, é esperar todo mundo ir dormir pra treinar.
4. Corra acompanhado: se mais alguém viajando com você também tem hábito de correr melhor ainda. Desta forma, um ajuda a lembrar o outro de não pular o treino. Ou, caso a pessoa não tenha o hábito, que tal convidá-la para te acompanhar? Você pode acabar fazendo uma boa ação e motivando uma pessoa a treinar!
5. “Minha única opção é a esteira e eu odeio esteira!”: correr na esteira é entediante? Faça treinos intervalados ou de tiros para o tempo passar mais rápido e o treino ser mais intenso. Comece com uma velocidade confortável e vá aumentando a cada quilômetro, por exemplo. Ou alterne períodos de velocidade intensa com períodos de velocidade menor, para recuperação. Qualquer variação de velocidade ajuda a quebrar a monotonia. Se for correr em velocidade constante, uma dica valiosa: coloque uma toalha na frente do visor da esteira. Desta forma você não cai na cilada de olhar o visor a cada 30 segundos e achar que o tempo não passa!
6. “Meu hotel não tem academia, correr na rua é muito perigoso e eu não trouxe roupa”: se você acha que vai conseguir escapar dessa, se enganou: treine no seu quarto! Isso mesmo: faça exercícios de cross-training dentro do quarto, não precisa de muito espaço e nem de roupas específicas. Abdominais, flexões, alongamentos, agachamentos, prancha, exercícios de força com corda, burpees (exercício composto de agachamento, flexão de braços e salto vertical), vale tudo para se mexer e trabalhar o corpo.
Por fim, um relato pessoal: durante os quatro meses de treinamento para a minha primeira maratona, em 2008, acabei viajando muito, tanto a trabalho quanto a passeio e, se tivesse deixado de correr nas viagens, certamente não teria completado a prova. Naquela época, eu treinei nos lugares mais variados: desde Teresópolis (RJ) até Mumbai (Índia), passando por São Paulo, Buenos Aires e Londres.
Depois dessa, acho que acabaram as desculpas, né? Na próxima viagem, não se esqueça seu tênis!
*Rodrigo Lucchesi é corredor viciado, já completou 4 Maratonas, 10 Meias e outras provas menores, mas garante que está só começando. Escreve para a revista “Contra-Relógio” e para o blog Linhas de Chegada. Acompanhe Rodrigo no Instagram em @rodrigo21fev79