Caso você seja uma pessoa que costuma olhar os rótulos dos produtos de cuidado e higiene pessoais, não acumula muitos itens na sua rotina de tratamentos, está ligada na procedência do que compra e ainda adora umas receitinhas caseiras, saiba que a técnica slow beauty está mais presente na sua vida do que imagina. 

Assim como o slow food e o slow fashion, a proposta para a beleza é de diminuir o consumo desenfreado de cosméticos e dermocosméticos, principalmente os carregados de fórmulas químicas complexas, e adaptar o estilo de vida focando na saúde e no bem-estar.

A tendência surgiu nos Estados e tem se difundido para alguns países, inclusive para o Brasil. Segundo pesquisa publicada pelo Laboratório de Química da Unesp (Universidade Estadual Paulista), o mercado de produtos naturais para a beleza aumenta entre 8 e 25% ao ano, acima do crescimento dos convencionais, e isso chama muito a atenção de grandes empresas de cosméticos a aderirem essa ideia mais consciente também.

De acordo com Cibele Tamietti, dermatologista da clínica Leger, o uso de produtos com excesso de ingredientes químicos pode causar irritações na pele e nada em exagero é saudável. Se você pretende adotar a técnica do slow beauty e ainda buscar ser mais consciente no dia a dia, Cibele dá cinco dicas importantes que você não pode deixar de saber.

O quê são os cosméticos orgânicos e como reconhecê-los?

Para ser orgânico, o cosmético tem que seguir uma série de requisitos, entre eles, ser sustentável, ecologicamente correto e não ser testado em animais. Além disso, ele precisa ter ingredientes naturais provenientes de uma produção orgânica, livre de agrotóxicos, organismos geneticamente modificados ou de adubos sintéticos. E tudo isso vem descrito no rótulo do produto.

Qual a diferença entre cosméticos orgânicos e convencionais?

Os cosméticos orgânicos evitam substâncias potencialmente alergênicas encontradas nos cosméticos convencionais. No entanto, algumas marcas dermatológicas antigas no mercado, percebendo o aumento na procura por produtos naturais, estão buscando lançar cosméticos mais puros, com 0% de fragrância, álcool e parabenos (conservantes usados em muitos tipos de fórmulas), por exemplo.

Quais os benefícios dos ativos naturais para a nossa pele?

Os ativos naturais são encontrados em diversos produtos, tanto naturais, quanto orgânicos e em alguns industrializados também. Eles podem ser usados in natura e trazem diversos benefícios para a pele, como hidratação, melhora da qualidade da derme, prevenção do envelhecimento e ação antioxidante. 

Você indica alguns ativos naturais para investir no cuidado da pele?

Sim! A primeira é a argila branca que tem diversos compostos minerais, possui ações anti-inflamatória, adstringente, clareadora e cicatrizante. Depois, temos ativos como a vitamina C e o resveratrol (derivado da uva), que são potentes antioxidantes e diminuem a produção de radicais livres no organismo, decorrentes da poluição, má alimentação e excesso de sol. E ainda tem o ácido hialurônico, que possui alto poder de hidratação, mantém a sustentação da pele, evitando a flacidez, preenche rugas e deixa a pele mais viçosa e revitalizada. Ele é produzido pelo nosso organismo, mas, a partir dos 25 anos de idade, sua produção natural diminui e por isso é importante repor.

É possível fazer o próprio cosmético em casa?

Dá para fazer receitas caseiras, mas fica o alerta que elas nem sempre são inofensivas para a saúde da pele. Algumas plantas como a aroeira e os crisântemos podem causar dermatite de contato, uma reação inflamatória. Frutas cítricas, alimentos de cor verde, que contêm o bergapteno, e algumas ervas como arruda, aipo, salsinha e coentro, associadas à exposição solar, podem dar manchas e até queimaduras na pele.